Fatos importantes:
- A Comissão Permanente sobre Assuntos da Conferência Central reuniu-se pouco antes da Conferência Geral.
- Os membros do comitê apresentaram petições que tratavam da regionalização e do desejo das conferências eurasiáticas de se tornarem autónomas.
- Também enviaram à Conferência Geral petições que tratavam do número de bispos em África e do número e designação das conferências centrais africanas.
A legislação para colocar as diferentes regiões geográficas da Igreja Metodista Unida em pé de igualdade ultrapassou um limiar significativo.
Reunido pouco antes da Conferência Geral, a Comissão Permanente sobre Assuntos da Conferência Central avançou cinco petições que representam a maior parte da regionalização mundial proposta. Isso significa que as petições ultrapassaram o primeiro obstáculo enfrentado por toda a legislação na Conferência Geral - sair do comitê.
A Conferência Geral - a principal assembleia legislativa da Igreja Metodista Unida - decorre de 23 de abril a 3 de maio. Os seus delegados reunidos em plenário tomarão as decisões finais sobre todas as petições aprovadas pela comissão permanente.
A Comissão Permanente também apresentou petições que recomendam o número de bispos em África, o número e a designação das conferências centrais africanas e a autonomia para quatro conferências anuais da Eurásia.
As petições de regionalização avançadas pela Comissão Permanente poderiam ser apresentadas ao plenário completo já nesta semana.
O Bispo da Conferência Central Alemã, Harald Rückert, felicitou os membros da Comissão Permanente por terem trabalhado metodicamente e cordialmente numa lista longa de petições nos dias 21 e 22 de abril.
"Realizamos um bom trabalho", disse Rückert, que presidiu a grande parte das sessões da Comissão, realizadas no mesmo Centro de Convenções de Charlotte onde a Conferência Geral se reunirá nos próximos 10 dias.
A Comissão Permanente é um comitê fixo da Conferência Geral e, durante a assembleia legislativa, atua como uma comissão legislativo. Trata de assuntos nas conferências centrais - regiões da igreja em África, nas Filipinas e na Europa. A maioria dos membros da comissão são dessas áreas.
Espera-se que a regionalização seja um dos principais focos desta Conferência Geral, e a Comissão Permanente avançou facilmente um punhado de petições relacionadas a isso.
Sob a regionalização, as sete atuais conferências centrais e os EUA se tornariam conferências regionais, com a mesma autoridade para aprovar legislação para um maior impacto missionário.
A regionalização representa um esforço para colocar as diferentes regiões geográficas da igreja em condições de igualdade - e para tornar a Conferência Geral menos centrada nos EUA.
Atualmente, a constituição da Igreja Metodista Unida dá às conferências centrais autoridade para fazer "tais alterações e adaptações" ao Livro de Disciplina - o livro de diretrizes da denominação - conforme as necessidades missionárias e os diferentes contextos legais exigirem. Mas não existe um órgão deste controlo para lidar com assuntos exclusivamente relacionados com os EUA, como os benefícios de reforma do clero dos EUA.
A Mesa Conexional, um órgão de liderança que age como uma espécie de conselho da igreja em toda a denominação, inicialmente preparou legislação para criar uma conferência regional nos EUA. Esse esforço foi depois retomado e alargado por um grupo de líderes da conferência central que redigiu o "Pacto de Natal".
A Comissão Permanente baseou-se no trabalho da Mesa Conexional e do Pacto de Natal para criar as oito petições que compõem a Regionalização Mundial. A Mesa Conexional e a maioria dos membros da equipe do Pacto de Natal endossaram desde então a Regionalização Mundial.
As cinco petições de Regionalização Mundial que avançam para o plenário exigem a alteração da constituição da denominação para entrarem em vigor. Essa é uma barreira alta.
A ratificação requer pelo menos dois terços dos votos na Conferência Geral e pelo menos dois terços dos votos agregados das conferências anuais da denominação - órgãos compostos por eleitores leigos e clérigos de várias congregações.
No entanto, Rückert disse durante a reunião da comissão em Charlotte que os diferentes grupos que trabalham juntos na regionalização lhe deram esperança.
"Para mim, é um forte sinal para o futuro da nossa igreja fazer um trabalho colaborativo em vez de criar estratégias uns contra os outros", disse ele. "Estou muito grato por isso".
A África é uma região em crescimento para a Igreja Metodista Unida, e o comitê tratou de quantos bispos ativos o continente deveria ter.
A Conferência Geral de 2016 aprovou que a Comissão Permanente trabalhasse para adicionar mais cinco bispos - aumentando o número de 13 para 18. Mas desde então, a denominação tem suportado uma pandemia e uma onda de desfiliações da igreja local nos EUA, onde quase todo o apoio financeiro é destinado ao Fundo Episcopal e outros fundos que apoiam as operações gerais da igreja.
Como se previa, a Comissão Permanente enviou à Conferência Geral uma petição que acrescentaria dois bispos - com a esperança de que outros três fossem introduzidos gradualmente, à medida que as circunstâncias o permitissem.
"As finanças da igreja mudaram de forma dramática", disse a Reverenda Amy Lippoldt, membro da comissão e parte de uma força-tarefa que revisitou a questão da adição de bispos em África. "Seria mais prudente ir mais devagar na implementação destes bispos."
A petição aprovada pela comissão permitiria que a África passasse de 13 para 15 bispos, acrescentando um na atual Conferência Central do Congo e um na atual Conferência Central de África.
A comissão enviou à Conferência Geral outra petição que acrescentaria uma Conferência Central em África, elevando o número para quatro.
A mesma petição mudaria o nome da atual Conferência Central do Congo para "Conferência Central de África Central". Seria constituída por igrejas Metodistas Unidas na República Centro-Africana, República Democrática do Congo, República do Congo, Tanzânia e Zâmbia, e teria cinco bispos.
Parte da atual Conferência Central de África se tornaria a nova "Conferência Central da África Oriental", composta por Burundi, Etiópia, Quénia, Ruanda, Sudão do Sul e Uganda - com dois bispos.
A outra parte se tornaria a "Conferência Central da África Austral", composta por Angola, Botswana, Malawi, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, África do Sul e Zimbabué - com quatro bispos.
A Conferência Central da África Ocidental não mudaria de nome e seria composta por Burkina Faso, Camarões, Costa do Marfim, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal e Serra Leoa - com quatro bispos.
Grande parte do trabalho da Comissão Permanente concentrou-se na tentativa de fortalecer as várias regiões geográficas da denominação. No entanto, a comissão também dedicou tempo para preparar a saída de uma dessas regiões.
No início das suas deliberações em Charlotte, a comissão aprovou por quase esmagadora maioria uma petição que permitia que quatro conferências anuais da Eurásia deixassem a Igreja Metodista Unida.
As quatro conferências tinham apresentado à comissão uma constituição e os principais padrões doutrinários para uma nova igreja autónoma a ser chamada Igreja Metodista Cristã na Eurásia.
A saída prevista há muito que estava em preparação e deve-se, em parte, à teologia tradicionalista predominante nessas áreas e às tensões com outras conferências anuais na Conferência Central da Europa do Norte e da Eurásia.
As conferências pretendem sair de acordo com o Parágrafo 572 do Livro de Disciplina da Igreja Metodista Unida, que trata das conferências fora dos Estados Unidos que pretendem ser autónomas.
Assumindo que os delegados da Conferência Geral concordam com a decisão da Comissão Permanente, o novo estatuto das conferências da Eurásia se tornaria efetivo no início do próximo ano numa sessão da Conferência do Norte da Europa e Eurásia.
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O Bispo Eduard Khegay lidera a Área Episcopal da Eurásia e sinalizou a sua própria intenção de deixar a Igreja Metodista Unida. Ele falou à comissão após a sua votação para aprovar a petição de habilitação.
"Isso é para nós como sair de casa", disse Khegay. "Minha esperança é que possamos manter as amizades e relacionamentos sempre que possível. (...) Queremos continuar sendo irmãs e irmãos."
Khegay solicitou que a votação em plenário sobre a autonomia das conferências da Eurásia ocorra no início da Conferência Geral, e Rückert disse que isso é provável.
"Sentimos a dor da partida e também a graça da forma como isto pode acontecer", disse Rückert, referindo que um subgrupo da Comissão Permanente teve um papel fundamental no trabalho com as conferências euro-asiáticas na procura de autonomia.
A Comissão Permanente rejeitou uma petição que criaria um novo caminho de desfiliação para as conferências anuais nas conferências centrais. O patrocinador, o Rev. Julius Nelson, da Conferência da Libéria, foi autorizado a falar à comissão, mas a votação foi solidamente contra a sua petição. Várias outras petições relacionadas com a desfiliação - criando caminhos de saída para igrejas locais ou conferências anuais - estão ainda a ser consideradas pelas comissões legislativas.
Outro aspeto, digno de nota, foi o fato da Comissão Permanente ter aprovado uma petição para a criação de um Fundo de Educação Superior da Conferência Central, separado do atual Fundo Teológico da Conferência Central, que está mais focado no clero.
O novo fundo teria US $ 5 milhões de 2025 a 2028 para fortalecer as escolas relacionadas ao Metodismo fora dos EUA, inclusive por meio de bolsas de estudo.
"Vocês fizeram uma ação que terá um grande impacto nos próximos anos", disse o Bispo da Área de Katanga Norte, Mande Muyombo, aos colegas membros da Comissão Permanente.
*Hodges é um escritor baseado em Dallas para a Notícias Metodista Unida. Contacte-o através do número 615-742-5470 ou newsdesk@umcom.org. Para ler mais notícias da Igreja Metodista Unida, subscreva os Resumos Diários ou Semanais gratuitos.
**Amanda Santos é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para Rev. Gustavo Vasquez, editor de notícias, newsdesk@umcom.org.