Pontos principais:
- Líderes metodistas unidos nos EUA promovem posições ideológicas que muitas vezes são partidárias e prejudicam a missão da denominação, escreve um antigo membro da igreja.
- Muitos dos materiais e recursos fornecidos pelo Conselho da Igreja e Sociedade e outras entidades refletem um ponto de vista político “progressista”.
- Ele diz que os líderes da igreja deveriam fazer mais para apoiar as congregações locais na formação de discípulos — e parar de perseguir objetivos políticos.

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Um relatório recente do Pew Research revelou que o Metodismo Unido nos Estados Unidos está em declínio acentuado, com a porcentagem da população dos EUA que se identifica como Metodista Unido caindo quase pela metade desde 2007.
Há muitas razões para isso. Para ajudar a conter essa perda impressionante, a igreja precisa reverter urgentemente a rápida secularização e politização da Igreja Metodista Unida nacional.
Liderada pelo Conselho Metodista Unido de Igreja e Sociedade, e refletida em muitas ações do Conselho de Bispos, a igreja nos EUA adotou posições ideológicas frequentemente categoricamente partidárias. Essas ações esvaziam o significado atemporal da igreja, não se enquadram na tradição wesleyana dominante e prejudicam a missão da igreja de fazer discípulos de Jesus Cristo.
Aqui estão apenas alguns dos muitos exemplos dentre uma enxurrada de insultos políticos que são emitidos com grande frequência:
- Em comemoração ao primeiro aniversário do massacre de israelenses inocentes pelo Hamas, o Conselho de Igreja e Sociedade declarou que a "violência não começou em outubro de 2023" e pediu o fim da venda de armas dos Estados Unidos a Israel. Além da chocante equivalência moral entre terroristas que assassinam judeus propositalmente e o Estado de Israel, as declarações são perturbadoras devido à sua natureza política. O conselho também assinou uma carta em apoio à legislação partidária para acabar com a venda de armas, que foi coassinada por muitos grupos, incluindo os Socialistas Democráticos da América e grupos dedicados a causas partidárias. Em seu site, um desses grupos descreveu sua missão como "eleger a próxima geração de líderes progressistas" e outro declarou, antes das eleições de novembro, que "precisamos deter Donald Trump".
- Pouco depois da última eleição presidencial, o Conselho dos Bispos emitiu uma carta pastoral acusando o presidente Trump de "discurso de ódio racista, xenófobo, nacionalista e anti-migrante" e declarou que "nosso voto batismal" de "resistir ao mal" nos obriga a tomar uma série de posições políticas, algumas das quais são vagas, mas todas parecem pertencer aos debates do Congresso sobre a política de imigração.
- Em 4 de fevereiro, o Conselho de Igreja e Sociedade reiterou sua posição frequentemente declarada de que os debates orçamentários no Congresso se resumem a uma questão de "graça em vez de ganância". O conselho se opõe ao orçamento de defesa nacional patrocinado pelos republicanos, que, segundo a agência, "aumenta as ameaças de guerra", e, em vez disso, defende aumentos nos gastos sociais e muitas outras posições adotadas pela esquerda política. Pronunciamentos adicionais foram emitidos mais recentemente, todos eles favorecendo mais gastos e menos defesa nacional.
Muitos, se não a maioria, dos materiais gerados pelo conselho e pela liderança nacional, desde recomendações de leitura de “Páginas para o Progresso” até guias de ação social, refletem uma ideologia política “progressista” arraigada.
Cada um de nós deve ser guiado em tudo o que pensa e faz pela fé cristã. Mas os paroquianos aplicam legitimamente as lições de Jesus de diferentes maneiras e combinam a fé com o próprio raciocínio em busca de diferentes resultados políticos.
Ao usar o bom nome e os recursos da Igreja Metodista Unida para promover uma agenda ideológica, a autoridade da igreja diminui e nos tornamos pouco diferentes de qualquer outra organização cívica, mesmo partidária. Quanto mais agimos como um grupo político secular, maior a probabilidade de queda na frequência à igreja protestante tradicional.
A ideologia política permeou o episcopado da Igreja Metodista Unida. Em contraste, as igrejas locais se concentram em ajudar os necessitados e espalhar as Boas Novas em suas comunidades. A hierarquia da igreja deveria se empenhar mais em auxiliar as igrejas locais e menos em promover pontos de vista políticos mesquinhos. Ao longo dos anos, a hierarquia denominacional impôs aumentos significativos nas verbas. Na minha igreja local, as verbas agora representam 14% do nosso orçamento total. Isso priva as igrejas locais dos recursos necessários para realizar seu bom trabalho.
Os líderes da Igreja Metodista Unida devem parar de perseguir objetivos ideológicos, que exacerbam a divisão que vemos ao nosso redor. Nestes tempos turbulentos, nossa sociedade precisa desesperadamente do ministério reconciliador de Jesus Cristo. As igrejas cristãs devem ser instrumentos da cura divina, em vez de meras combatentes na arena política.
As boas intenções da liderança Metodista Unida não estão em questão. Em vez disso, a questão é o papel da igreja e como podemos fazer mais discípulos de Jesus Cristo. Em nosso curso atual, o lema da denominação "Corações Abertos, Mentes Abertas, Portas Abertas" está rapidamente se transformando em uma mensagem de recrutamento menos acolhedora: "Junte-se à Igreja Metodista Unida — Mas Somente Se Você Concordar com Nossa Política".
*White é advogado e membro ativo de sua congregação Metodista Unida na Conferência da Virgínia desde 1980. Contato com a imprensa: Julie Dwyer pelo telefone (615) 742-5470 ou newsdesk@umnews.org. Para comunicar com Notícias MU você pode ligar para 615-742-5470, newsdesk@umnews.org o IMU_Hispana-Latina @umcom.org.
**Sara de Paula é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para IMU_Hispana-Latina@umcom.org.