Palavras-chaves:
- A igreja no Norte de Save é reconhecida por suas accções humanitárias.
- Paróquia da Manga oferece uma casa à uma viúva.
- Membros da Paróquia falam sobre o sentimento de missão cumprida.
Em Abril, a congregação Metodista Unida da Manga, nos arredores da cidade da Beira, conferência do Norte do Save, movida pela palavra que diz “...quando o fizeste a um destes pequenos, a mim o fizeste” (Mateus 25:40), reuniu forças e meios materiais para erguer uma casa do “tipo um” para uma viúva vulnerável que há mais de dois anos vivia em condições deploráveis.
“Partilhamos a informação com a congregação e cada membro trouxe um bloco, um varão e ou o que pudesse, para apoiar a nossa mãe,” disse Calton Lameque Ngale, pastor do Cargo Pastoral da Manga.
Victória Jamisse de 85 anos de idade é uma viúva que vivia numa casa feita de material precário. A palhota (casa rústica) em que nela vivia, foi parcialmente destruída pelo ciclone Idai em 2020 e depois pelos ciclones, Eloise, Ana e Gombe.
“Levamos cerca de dois anos para reunir todo o material necessário, porque vimos que a situação dela não era das melhores,” explicou Ngale.
A situação da pobreza em África, e Moçambique em particular, deixa muitas pessoas e famílias humanamente muito vulneráveis.
“A mama Victória Jamisse praticamente vivia ao relento, a julgar pelo tipo e a condição daquilo que podia chamar casa,” comentou a Joana Paulo, membro da Manga.
“Quando a chuva caía, ela molhava. As paredes, quase que não existiam e a nossa preocupação crescia a cada dia porque ela, para além de ser viúva, é uma idosa que vive sozinha e com deficiência de mobilidade,” explicou a Paulo.
Na vizinhança, existem pessoas de boa vontade que tem assistido à ela duma forma especial. Algumas têm passado a dizer um bom dia para ela e dão alguma coisa para comer. É o caso da senhora Ana Jorge.
“Sou vizinha desta anciã,” disse Ana Jorge, moradora da casa ao lado. “Como ela não consegue se movimentar, pela manhã, passo para visitá-la e deixo qualquer coisa para ela se alimentar,” concluiu a Ana Jorge.
A cidade da Beira e arredores tem sofrido muito com ciclones e tempestades tropicais. Os eventos naturais, têm aumentado a fragilidade das comunidades, que por muitas vezes, agrava a penúria destes.
“Fico muito, muito satisfeita pelo facto de a igreja ter ajudado esta mãe,” expressou Olinda Ribeiro membro da Manga.
Naquela zona da Manga, há muitas famílias com casas em péssimas condições, mas a Igreja, olhou para a situação extrema da vulnerabilidade da Jamisse e agiu a seu favor.
“A casa que ela tinha não era possível reparar. A decisão tomada pela Igreja, de construir uma nova e melhorada, foi a mais sábia e prudente,” concluiu Ribeiro.
Este é um dos deveres de todos membros da igreja, pois a Bíblia nos ensina que devemos ajudar os necessitados, viúvas, órfãos e estrangeiros nas suas necessidades.
“Reconhecemos que esta casa não é uma luxuosa que muitos desejariam ter, mas nós paroquianos da Manga sentimo-nos com missão cumprida pois provemos um abrigo seguro para ela,” explicou Bernardo Magul, presidente da Junta Administrativa daquele Cargo Pastoral.
Dada a situação de pobreza extrema para algumas famílias Moçambicanas, em todo o país é possível ver famílias vivendo em cabanas que desumanizam o próprio ser humano.
“A atitude dos Metodistas Unidos da Manga é muito salutar,” disse o Rev. Jacob Jenhuro, Assistente Episcopal na Conferência do Norte. Segundo ele, “momentos há que devemos parar de falar de solidariedade e passarmos a demonstrar o que é solidariedade,” concluiu Jenhuro.
Para se erguer aquela obra, a direcção da Igreja sentou, debateu e concluiu que devia agir.
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“Graças ao nosso pai Agostinho Macamo (em memória) que conseguiu convencer os membros dizendo “nós todos não temos nada, concordo, mas a vovó Victória Jamisse está em péssimas condições, e nós devemos ajudar,” concluiu o Rev. Ngale.
As dificuldades que eram colocadas pelos membros, têm a ver com a situação sócio-económica em que se encontram, resultante dos sucessivos desastres naturais que têm fustigado a zona centro de Moçambique.
“Não foi fácil termos que convencer os membros a aderirem a esta iniciativa,” lembrou Ribeiro. “Tivemos várias reuniões para traçarmos estratégias que a paróquia pudesse aderir a fim de ajudar a nossa anciã, e damos graças a Deus que no fim a congregação acolheu positivamente a ideia e juntou meios e forcas ao projecto e assim foi executado,” explicou a Ribeiro.
“É pratica da Igreja Metodista Unida a promoção duma administração participativa,” sublinhou Ribeiro. E adiantou que, “o tempo que levamos para execução das obras, foi porque os membros atravessam momentos difíceis por conta da pandemia.”
*Gustavo é comunicador na Conferência de Moçambique Norte.
Durante o intervalo, os delegados e observadores formaram um círculo de 200 a 300 pessoas, batendo palmas e cantando hinos como "Child of God" e "Draw the Circle Wide".
Muitos abraçaram-se e mais do mais alguns choraram, numa libertação em massa de alegria para aqueles que tinham pressionado, alguns durante décadas, para tornar a Igreja Metodista Unida totalmente inclusiva.
A cena foi um contraste marcante com a da Conferência Geral especial em St. Louis em 2019, que deixou progressistas e muitos centristas na denominação perturbados com o endurecimento das restrições contra a participação LGBTQ.
Marilyn Murphy, uma observadora da Conferência da Carolina do Sul que viu a igreja debater esta questão durante décadas, disse que ficou surpreendida por ter sido incluída no calendário de consentimento, mas não surpreendida por ter sido aprovada.
"Temos feito isto desde os anos 70 e, finalmente, em poucos minutos, sem qualquer debate, o assunto desapareceu. E agora podemos continuar com os assuntos da igreja".
Virginia Lee, uma observadora da Conferência da Virgínia, partilhou a sua alegria.
"É um grande dia! E isso diz tudo".
Esta é uma história em desenvolvimento.
Sam Hodges e Jessica Brodie, da Nótícias MU, contribuíram para este relatório.
*Amanda Santos é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para Rev. Gustavo Vasquez, editor de notícias, newsdesk@umcom.org.