Pontos Chaves:
- O Centro de Treinamento de Tsalala, apoiado pela Metodista Unida, em Moçambique, ensina alfaiataria e outras competências a raparigas e adolescentes.
- O centro também educa as raparigas sobre casamentos prematuro e outras questões sociais que atormentam aqueles que vivem na pobreza.
- Embora não seja intenção da igreja que os participantes se tornem Metodistas Unidos, os alunos aprendem sobre a Igreja Metodista Unida e sobre como seguir os princípios cristãos.
O Centro de Treinamento da Metodista Unido em Tsalala está a ajudar a dar às raparigas e mulheres jovens as competências de que necessitam para um futuro melhor.
Em Moçambique, mais de dois terços dos alunos abandonam a escola até ao quinto ano. Para as raparigas, os números são ainda mais elevados, muitas vezes levando a casamentos prematuros e gravidezes na adolescência.
O Centro de Treinamento de Tsalala, localizado a cerca de 19 quilómetros da capital de Moçambique, Maputo, forma raparigas e mulheres jovens dos 10 aos 23 anos em alfaiataria, moda e design
Uma iniciativa da Igreja Metodista Unida, o centro de Tsalala começou em 2008 com 15 raparigas e esse número tem estado a aumentar. Mais de 100 raparigas e mulheres jovens participaram no programa de formação e defesa dos direitos até à data.
“Toda a ideia deste centro foi iniciada pelas Mulheres da Igreja Metodista Unida depois de se aperceberem de um elevado número de abandonos escolares e da necessidade de ajudar raparigas desfavorecidas da nossa comunidade,” disse Jenifa Lourenço Luis, secretária executiva das Mulheres Metodistas Unidas na Conferência de Moçambique Sul.
“A visão da igreja é ver o centro crescendo de forma cristã, praticando a moral e os valores religiosos,” disse ela.
Rute André Uetela Uthui, diretora do programa, disse que os alunos também aprendem valiosas lições de vida.
“Além de confeccionar roupas, as meninas aprendem como viver nas suas comunidades.”
As participantes são incentivadas a absterem-se do sexo, à medida que aprendem sobre proteção sexual, doenças sexualmente transmissíveis e outras doenças.
“Vários ensinamentos sobre a prevenção de casamentos infantis também são dados, uma vez que tais actos são muito comuns nas nossas comunidades,” disse Uthui.
Muzia Monjane, estudante de alfaiate da sexta classe, começou a formação em Julho. “Estou gostando do que estou aprendendo. Quando estou em casa faço roupas para todos. Estou aprendendo muito.”
Uthui disse que originalmente existiam dois centros de formação – um em Moamba e outro em Tsalala – mas devido à falta de participantes em Moamba, a igreja decidiu centralizar tudo no centro de Tsalala.
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Além do apoio prático, os líderes da igreja concentram-se no crescimento espiritual através do programa, disse o Pastor Afonso Luisa Rungo, capelão da Escola Primária da Metodista Unida de Tsalala, localizada na mesma propriedade que o centro da igreja.
“Embora não seja a intenção da igreja transformá-los em Metodistas Unidos, quando eles estão aqui, nós (preparamo-los para seguir) a IMU e os princípios cristãos,” disse Rungo.
Apesar do sucesso do centro, as dificuldades permanecem.
“O centro tem potencial para crescer,” disse Rosa Geraldo, que preside o conselho escolar da igreja. “Actualmente, enfrentamos desafios de espaço e instalações inadequadas para treinamento prático, o que dificulta a experiência de aprendizagem. Este centro tem um orçamento muito limitado, com três professores recebendo salários muito baixos.”
Uthui disse que o centro foi inicialmente apoiado pela Bispa da Área de Moçambique, Joaquina Filipe Nhanala, e agora recebe financiamento da Conferência Sul de Moçambique e da Junta dos Ministérios Globais da Metodista Unida através do Advance #3022307.
“(Isso) é muito útil para apoiar o nosso ministério,” disse Uthui sobre a recente configuração do Advance.
Ela disse que o apoio ajuda o centro a desempenhar um papel vital na capacitação das participantes com habilidades essenciais.
“Muitas das formandas vêm de meios desfavorecidos,” disse Uthui. “Esta formação equipa-as com um conjunto de competências tangíveis que pode levá-las a oportunidades de emprego ou empreendimentos empresariais.
“Esta abordagem holística visa nutrir não apenas costureiras qualificadas, mas também mulheres jovens independentes e cheias de habilidades.”
* Makunike é o Director de Comunicações da Conferência da África do Sul da Igreja Metodista Unida.
**Sambo é correspondente Lusófono em África das Notícias da MU com sede em Maputo, Moçambique
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