Pontos principais:
- Um novo curso da Escola de Teologia Iliff tem como objetivo dar aos pastores e outros a base necessária para dar suporte aos próximos da morte e suas famílias.
- Ela é considerada a primeira escola de teologia a oferecer esse treinamento.
- Beth Elliot, uma doula da morte que lidera o curso Fundamentos do Cuidado com a Morte, disse que incorporar a morte como parte da vida e falar sobre isso pode ajudar a facilitar o caminho no final.
Aconselhar alguém que está próximo da morte pode ser uma tarefa difícil, sem falar em dar suporte a familiares que têm suas próprias necessidades.
Trabalhando como capelão no Hospital Regional St. Vincent em Billings, Montana, para ganhar horas de educação profissional continuada, o Rev. Sam Beaves-Fisher não sentia que tinha conhecimento suficiente para ajudar pessoas moribundas e suas famílias.
“Eu realmente sentia falta de coisas reais e concretas sobre a morte”, disse Beaves-Fisher, pastor da Park City Community Church em Park City, Utah, uma igreja Metodista Unida.
“Muitas vezes, pensamos que a morte e o morrer são estressantes (apenas) para as famílias”, acrescentou. “Bem, isso acontece porque a pessoa que está morrendo não está se comunicando da maneira que costumava fazer.”
Para resolver o problema, Beaves-Fisher recorreu ao seu seminário, a Escola de Teologia Iliff, em Denver, uma das 13 escolas teológicas Metodistas Unidas nos EUA. Lá, um programa de certificação foi iniciado no outono passado para melhor equipar os profissionais para ajudar famílias e pessoas próximas da morte.
Beth Elliot, líder do programa de doula da morte em Iliff, ensina o curso Fundamentos do Cuidado da Morte, que está disponível como uma experiência online ou presencial.
O curso faz parte do Iliff Death Care Collective (Coletivo de cuidados com a morte de Iliff), uma comunidade de profissionais, educadores e defensores do cuidado com a morte que se dedicam a reinventar a maneira como as pessoas cuidam dos próximos da morte, dos falecidos e de seus entes queridos.
“Há muitas maneiras pelas quais pensar e incorporar a morte em nosso mundo atual pode melhorar a maneira como vivemos”, disse Elliot. A ministra unitarista universalista atua como doula de cuidados paliativos há mais de duas décadas.
Uma palestra sobre a morte que ela deu em Iliff enquanto trabalhava para seu mestrado levou ao lançamento da nova oferta.
“Falei sobre o meu trabalho como doula de fim de vida e como isso se encaixa no espectro de cuidados paliativos e capelania”, disse ela. “Depois disso, começamos a conversar e o curso nasceu. É o primeiro (curso desse tipo) aprovado por uma escola de teologia, então temos uma perspectiva muito singular desse ponto de vista.”
É importante “mudar a narrativa em torno da morte”, disse ela.
“Eu acredito que falar sobre a morte e incorporá-la como parte da sua vida, das suas conversas e da sua conscientização ajuda a facilitar o caminho no final”, disse Elliot.
Além de cuidar da saúde mental e do estresse, é essencial ter a papelada em dia e os formulários médicos preenchidos para que "toda a sua família saiba exatamente o que você quer", disse Elliot.
Jiyoon Lee, diretora do Centro de Meditação de Dallas, perdeu o irmão por causa da COVID-19. Ela fez o curso "Fundamentos do Cuidado com a Morte" no outono passado na esperança de dar aos outros o apoio que não recebeu.
“Tenho me interessado em como apoiar as pessoas em momentos difíceis porque minha experiência pessoal em lidar com os aspectos burocráticos da perda de alguém e cuidar das consequências foi difícil”, disse Lee.
Além de meditação, Lee ensina ioga e oferece terapia de vivência somática, um tratamento alternativo para traumas e transtornos relacionados ao estresse.
“Meu foco seria o apoio emocional e os aspectos interpessoais do apoio à família e aos moribundos”, disse Lee. “É assim que estou visualizando por enquanto, mas também estou mantendo a mente aberta. Quero estar mais bem equipado com os aspectos jurídicos desse processo também, porque eu mesmo tive dificuldade em lidar com advogados de inventário, ligações não retornadas e complicações. Então, essa é uma área em que posso me desenvolver.”
O curso é bem pensado, disse Lee.
Jiyoon Lee, diretora do Centro de Meditação de Dallas, fez o curso Fundamentos do Cuidado com a Morte na Escola de Teologia Iliff. Foto cortesia de Jiyoon Lee.FOTO: Jiyoon Lee, diretora do Centro de Meditação de Dallas, fez o curso Fundamentos do Cuidado com a Morte na Escola de Teologia Iliff. Foto cortesia de Jiyoon Lee.
“É um ótimo levantamento de vários tipos de informações com as quais as pessoas devem estar equipadas”, disse ela. “Cada módulo aborda diferentes aspectos da jornada.”
Isso inclui os aspectos médicos, legais e emocionais da experiência da morte.
“Isso permite que você o use como um ponto de partida para imaginar que tipo de suporte de fim de vida ou doula da morte você quer ser”, disse Lee.
Beaves-Fisher está pensando em organizar um retiro de dois dias sobre a morte em sua igreja com a ajuda de Iliff.
“Ficamos realmente intrigados com o programa de certificação deles”, disse ele. “Tenho muitas parteiras e doulas de parto no meu círculo aqui em Park City que se interessam pelo outro lado das coisas.”
A Park City Community Church é mais tradicional que a Iliff, ele disse.
“Eu estava um pouco hesitante em trazer a Iliff para o que eu chamaria de cultura e igreja mais conservadoras, mas confio muito no que eles estão fazendo por meio de seu escritório de inovação”, disse Beaves-Fisher. “Tive a oportunidade de trabalhar naquele escritório por um tempo no seminário e realmente acredito que o objetivo final deles é fornecer o melhor conhecimento de diversas tradições religiosas e permitir que as pessoas escolham o que funciona melhor para elas.”
O primeiro curso de Fundamentos do Tratamento da Morte teve 13 alunos, disse Jeni Rinner, gerente de desenvolvimento de produtos e experiência do usuário na Iliff.
“Estou realmente impressionado com o interesse neste programa”, disse Rinner. “Estamos trabalhando duro para desenvolver capacidade para atender à necessidade que estamos identificando.”
A morte deveria ser "uma amiga ou companheira", disse Elliot. "Na minha vida, já vi mais pessoas do que consigo contar no momento em que deixam esta Terra, e acho que, com exposição suficiente, um pouco do medo desaparece."
*Patterson é repórter da Notícias MU em Nashville, Tennessee. Entre em contato com ele pelo telefone 615-742-5470 ou pelo e-mail newsdesk@umnews.org.
**Sara de Paula é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para IMU_Hispana-Latina@umcom.org.
