Pontos chave:
- Muitas igrejas e organizações sem fins lucrativos afiliadas estão relatando mais pedidos de ajuda à medida que a pandemia continua e parte da ajuda do governo acabou.
- A inflação, principalmente os custos mais altos de gás e alimentos, está pressionando as pessoas de baixa renda.
- A escassez de moradias de baixo custo em muitas comunidades é outro ponto de pressão.
A Revda. Ruth Marsh não poderia estar mais feliz que a igreja que ela lidera, Metodista Unida Trinity em Idaho Falls, Idaho, serve como um abrigo para pessoas que vivem nas ruas.
“Eu tenho uma liderança da igreja que entende que é isso que Deus nos chamou para fazer”, disse Marsh.
Ainda assim, a multidão do abrigo continua crescendo, atraída pela chance de comer uma refeição, tomar banho, lavar roupa e até mesmo obter referências de Marsh para ajuda em outro lugar em Idaho Falls. Neste verão, o abrigo acolheu em média 24 pessoas por dia. Agora, a média é de quase 60.
Mesmo com a ajuda de voluntários, o trabalho de Marsh mudou muito.
“Eu digo às pessoas que eu costumava ter esse doce trabalho de 50 horas por semana como pastora”, disse Marsh. “Eu coloquei outro trabalho de 50 horas por semana em cima disso, administrando o abrigo diurno.”
Nathaniel (à esquerda) e Frank aguardam a abertura do abrigo diurno na Igreja Metodista Unida Trinity em Idaho Falls. Foto de Mike DuBose, Notícias MU.
Neste segundo advento da pandemia, muitas igrejas Metodistas Unidas e organizações sem fins lucrativos afiliadas nos Estados Unidos estão encontrando cada vez mais pedidos de ajuda com alimentos, abrigo e outras necessidades.
Em alguns lugares, isso se deve à escassez de moradias de baixo custo. A inflação, especialmente os preços do gás e dos alimentos, é um fator que afeta todo o mundo. Parte da ajuda do governo oferecida na pandemia foi eliminada gradualmente, levando as pessoas a procurarem ajuda em outro lugar.
O tráfego está definitivamente alto no The Storehouse of Collin County (O Armazém do Condado de Collin), uma organização sem fins lucrativos que começou na Igreja Metodista Unida de St. Andrew em Plano, Texas, e ainda opera no campus dessa mega igreja.
“Temos estado muito ocupados. A necessidade agora é maior do que nunca”, disse Ligia Urrego, conselheira do The Storehouse.
Em 18 de novembro, ela colocou um chapéu de papel em formato de peru e usou sua fluência em inglês e espanhol para ajudar a orientar centenas de pessoas que haviam chegado para conseguir um peru de graça e alguns ingredientes para o Dia de Ação de Graças.
Entre eles estava Patricia Segura, que descreveu a equipe e as equipes de voluntários do The Storehouse como “anjos na terra”.
Segura disse que a comida que ela estava recebendo seria compartilhada com outras famílias que não a sua, e que mais precisassem dela.
“Eles ficaram doentes”, disse ela. “Eles perderam empregos. Eles perderam casas.”
LaTisha Cessna (à esquerda) ora com Sabrina Lee durante uma distribuição de alimentos no The Storehouse of Collin County, uma organização sem fins lucrativos que opera na Igreja Metodista Unida de St. Andrew em Plano, Texas. Lee mencionou viver com uma renda fixa durante um período de alta da inflação como um dos motivos pelos quais ela precisava de ajuda nesta temporada. Foto de Sam Hodges, Notícias MU.
Perto dali, Sabrina Lee havia chegado para receber uma cota de comida. Ela acabou orando com a voluntária LaTisha Cessna. A inflação, ultimamente, corroeu o poder de compra de Lee.
“Tenho uma renda fixa, o que torna as coisas muito difíceis”, disse ela.
O Armazém, que fornece roupas e alimentos de graça, ajudou cerca de 2.300 famílias carentes em outubro de 2020. Em outubro deste ano, o número era de 3.500.
“É um aumento muito grande para nós”, disse Jeff Morton, diretor de operações. “E vimos dias de distribuição recorde.”
No Projeto Suppertime, um ministério da Igreja Metodista Unida do Boulevard Northern em Independence, Missouri, as pessoas chegam nas noites de quinta-feira para coleta de mantimentos suplementares no drive-thru.
A igreja descobriu que uma despensa noturna de alimentos preenche um nicho, especialmente para os trabalhadores pobres, disse Myra Kerr, uma das coordenadoras do ministério.
O Projeto Suppertime estava ajudando cerca de 50 famílias todas as quintas-feiras durante o verão. A média semanal cresceu para mais de 70, com 108 famílias recebendo comida na quinta-feira antes do Dia de Ação de Graças.
“A maioria das famílias que atendemos são famílias trabalhadoras”, disse Kerr. “Eles simplesmente não conseguem sobreviver.”
Ligia Urrego cumprimenta uma mulher que veio ao The Storehouse of Collin County, em Plano, Texas, para receber um peru e outros alimentos grátis em novembro. Urrego faz parte do conselho da The Storehouse, uma organização sem fins lucrativos que começou na Metodista Unida St. Andrew de Plano's e continua a ter suas operações de distribuição de alimentos e roupas lá. “Temos estado muito ocupados. A necessidade agora é maior do que nunca”, disse Urrego. Foto de Sam Hodges, Notícias MU.
O All People's Fresh Market (Mercado de Produtos Frescos para Todas as Pessoas) é um ministério da Igreja Metodista Unida e Desenvolvimento Comunitário para Todas as Pessoas, em Columbus, Ohio. O mercado abre três dias por semana para fornecer gratuitamente vegetais frescos, frutas e outros itens saudáveis para famílias com renda familiar abaixo de 200% das diretrizes federais de pobreza.
Alex Clemetson ajuda a administrar o mercado e diz que o tráfego também aumenta. Ele observou que um recente aumento nos benefícios do Programa de Assistência à Nutrição Suplementar é bem-vindo, mas não ajudou as pessoas de baixa renda tanto quanto o esperado.
Isso se deve ao fim de alguma ajuda pandêmica e à inflação.
“A inflação subiu. Mesmo que as pessoas possam ter SNAP (Programa de assistência nutricional suplementar) ou outros benefícios, isso não corresponde necessariamente ao que eles podem pagar na loja”, disse ele.
Onde os preços dos imóveis residenciais dispararam, é quase impossível encontrar moradias de baixo custo, aumentando o número de pessoas que vivem nas ruas ou lutam para pagar o aluguel ou hipotecas.
A Revda. Ruth Marsh dá o sermão durante o culto de domingo na Igreja Metodista Unida Trinity em Idaho Falls. “Eu digo às pessoas que eu costumava ter esse doce trabalho de 50 horas por semana como pastora”, disse Marsh. “Eu coloquei outro trabalho de 50 horas por semana em cima disso, administrando o abrigo diurno”. Foto de Mike DuBose, Notícias MU.
Bend, Oregon - na extremidade leste da Cordilheira de Cascade, perto do rio Deschutes - é um desses lugares.
“É uma loucura aqui. Completamente inacessível - $ 1.100 para um apartamento de um quarto”, disse o Rev. Jen Stuart, pastor da Igreja Metodista Unida Bend.
A igreja de Stuart, por meio de seus Ministérios de Portas Abertas, oferece uma gama de assistência a pessoas de baixa renda e sem-teto. Isso inclui um ministério de correio.
Pessoas que vivem nas ruas podem listar a igreja como seu endereço e coletar cartas e pacotes lá. Os voluntários fazem a seleção.
O que começou como um ministério modesto, uma vez por semana, se expandiu durante a pandemia para cinco dias por semana, à medida que a oportunidade se espalhou, mas também à medida que a população de sem-teto de Bend cresceu.
“Agora temos mais de 200 pessoas que recebem suas correspondências aqui”, disse Stuart.
O pastor acrescentou que a Metodista Unida Bend se concentrará na criação de moradias de baixo custo, incluindo pequenas casas, enquanto procura outras abordagens para a mudança sistêmica.
Faz parte da discussão do Advento na igreja.
“Estamos realmente pensando em como podemos fazer a diferença para esta comunidade e levar a luz de Cristo às pessoas que nem conseguem notar a luz porque estão com muita fome”, disse Stuart.
Don Rohde carrega uma bandeja com comida para armazenar na geladeira do porão e a Revda. Ruth Marsh exclama sobre a maneira como a máquina de lavar louça foi carregada enquanto eles ajudam a preparar o jantar para os hóspedes do abrigo na Igreja Metodista Unida Trinity em Idaho Falls, Idaho. “O tom da igreja mudou”, disse Rohde, que atua como presidente do conselho de curadores. “Gosto de dizer que nos tornamos uma igreja que trabalha porque o foco agora é realmente fazer a coisa certa”. Foto de Mike DuBose, Notícias MU.
Em Orlando, Flórida, Mariam Mengistie observou as formas criativas da Igreja Metodista Unida de St. Luke, onde ela é diretora executiva de missões, respondendo às primeiras necessidades da pandemia. Isso incluiu ajudar trabalhadores de “eventos” repentinamente marginalizados e aqueles que ganham a vida nas artes, bem como crianças em idade escolar em desvantagem no aprendizado à distância por falta de acesso à Internet.
Mas ela aponta para os problemas contínuos que as pessoas de baixa renda na área de Orlando têm, devido ao transporte público inadequado e à falta de acesso a alimentos saudáveis e moradia acessível.
“A magnitude desses desafios foi realmente revelada por causa da pandemia”, disse ela.
Idaho Falls cresceu em população e viu um aumento no número de desabrigados, associado a uma aguda escassez de moradias de baixo custo.
A realidade dos sem-teto é tal que a Metodista Unida Trinity trabalha com uma loja de artigos esportivos local, comprando em barracas com grandes descontos projetadas para temperaturas abaixo de zero.
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“Nós os mantemos em estoque”, disse Marsh, o pastor. “Quando as pessoas chegam e precisam de um saco de dormir, nós os distribuímos.”
Trinity abriu brevemente como um abrigo noturno enquanto a pandemia fechava as portas para adoração e outros eventos regulares. Mas a igreja não tinha o tipo certo de sistema de sprinklers para atender aos regulamentos locais para moradias de emergência.
Então, o Trinity mudou para se tornar um abrigo diurno, o que funcionou bem, visto que uma reforma em 2019 incluiu uma nova cozinha, além de adicionar dois chuveiros e uma lavadora / secadora.
A igreja está adorando presencialmente novamente e vendo um alto nível de reengajamento, com os membros se misturando aos visitantes do abrigo no domingo de manhã e aparecendo como voluntários no abrigo durante a semana.
Embora lamentem as circunstâncias que fazem com que exista um número cada vez maior de pessoas necessitadas, os líderes da Trinity dizem que a oportunidade de responder foi uma bênção.
“O tom da igreja mudou”, disse Don Rohde, presidente do conselho de curadores. “Gosto de dizer que nos tornamos uma igreja que trabalha porque o foco agora é realmente fazer a coisa certa”.
Entre aqueles que encontraram o caminho para o abrigo diurno está Angi Rogers, que ficou sem-teto em outubro. Ela está em uma lista de espera para receber ajuda do governo com moradia.
“Eu não pensei que iria morar na caminhonete, mas agora o alojamento é apertado e difícil de entrar”, disse ela. “Estou apenas sentada e esperando, sem chegar a lugar nenhum.”
Mas não apenas esperando. Ela se tornou uma cozinheira voluntária no Trinity e está ansiosa para ajudar a tornar a refeição de Natal especial para todos que passarem por lá.
Ela é rápida em dizer que a igreja foi um presente para ela.
“Eles me ajudaram com meus remédios. Eles me levaram para o hospital. Se eu tiver um lugar diferente do meu veículo para dormir, sempre virei aqui. Esta é minha família agora.”
*Hodges é redator do Notícias Metodista Unida em Dallas. Joey Butler contribuiu. Contate Hodges em 615-742-5470 ou newsdesk@umcom.org. Para ler mais notícias da Metodista Unida, assine os resumos quinzenais gratuitos.
**Sara de Paula é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para IMU_Hispana-Latina@umcom.org.
Durante o intervalo, os delegados e observadores formaram um círculo de 200 a 300 pessoas, batendo palmas e cantando hinos como "Child of God" e "Draw the Circle Wide".
Muitos abraçaram-se e mais do mais alguns choraram, numa libertação em massa de alegria para aqueles que tinham pressionado, alguns durante décadas, para tornar a Igreja Metodista Unida totalmente inclusiva.
A cena foi um contraste marcante com a da Conferência Geral especial em St. Louis em 2019, que deixou progressistas e muitos centristas na denominação perturbados com o endurecimento das restrições contra a participação LGBTQ.
Marilyn Murphy, uma observadora da Conferência da Carolina do Sul que viu a igreja debater esta questão durante décadas, disse que ficou surpreendida por ter sido incluída no calendário de consentimento, mas não surpreendida por ter sido aprovada.
"Temos feito isto desde os anos 70 e, finalmente, em poucos minutos, sem qualquer debate, o assunto desapareceu. E agora podemos continuar com os assuntos da igreja".
Virginia Lee, uma observadora da Conferência da Virgínia, partilhou a sua alegria.
"É um grande dia! E isso diz tudo".
Esta é uma história em desenvolvimento.
Sam Hodges e Jessica Brodie, da Nótícias MU, contribuíram para este relatório.
*Amanda Santos é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para Rev. Gustavo Vasquez, editor de notícias, newsdesk@umcom.org.
