Graduada em música e com mestrado em Teologia, a missionária e diaconisa da Igreja Metodista Unida, Emily Everett, chegou ao Brasil no dia 15 de fevereiro. Ela veio do Texas, nos Estados Unidos, enviada dos Ministérios Globais e vai trabalhar no Projeto Sombra e Água Fresca (SAF) nos próximos anos, além de fazer a ponte entre os dois países em busca de parcerias para o projeto. Ela já tinha vindo ao Brasil em 2012 e 2013, momento em que Deus disse que parte do coração dela seria brasileiro. O Expositor Cristão entrevistou Emily para entender os desafios que ela terá pela frente e descobrir quando nasceu essa vocação missionária de trabalhar além dos espaços físicos da Igreja.
1. Como aconteceu sua vocação por missões?
Cresci na Igreja Metodista. A primeira vez que vim ao Brasil realmente senti essa necessidade de experimentar Deus em outras culturas. Sabia que havia várias oportunidades com a Junta de Ministérios Globais, e minha ideia era ir para um país que falasse espanhol, mas me mandaram para o Brasil. Sempre conto a experiência da primeira vez que estive no Brasil, eu ficava em uma comunidade em São Bernardo do Campo/SP. Lá, eu ouvia os sons da língua, que não entendia muito bem na época, e Deus falava que grande parte do meu coração ficaria aqui no Brasil. Fiquei trabalhando com os meninos e meninas de rua de São Bernardo do Campo por dois meses, mas eu não tinha um entendimento ainda do que Deus estava preparando para mim.
Retornei para os Estados Unidos e gostaria de voltar para o Brasil, mas não teve nenhuma porta aberta. Voltei para a minha igreja e fui trabalhar com os/as jovens. Senti o desejo de estudar para ser diaconisa.
2. Por que decidiu ser diaconisa da Igreja?
Essa ordem teve um papel muito específico em minha vida justamente porque cria pontes entre igreja e comunidade. Falamos que os/as diáconos/isas ficam com um pé no mundo e um pé na igreja. Essa ponte foi muito importante para eu entender minha vocação; criar um relacionamento entre igreja e mundo. Fiz meu mestrado em Teologia e fiz meu estágio aqui no Brasil em 2012 e 2013. Depois fui para o período probatório. Queria voltar ao Brasil imediatamente, mas as portas não se abriram novamente. Fiquei na comunidade de Pasadena, cidade localizada no sudeste do Texas, próximo a Houston. Nessa Igreja também fazia a ponte entre igreja e comunidade. A maioria dos membros eram latinos e eles/as precisavam ter seu próprio templo, conhecer a comunidade; tivemos também uma comunidade hispânica para atender aos/às irmãos/ãs. Eu estava muito realizada com meu ministério. Comprei uma casa e me estruturei na cidade, pois eu entendia que Deus me queria ali, mas no fundo eu sabia que Deus tinha colocado em meu coração servir a Ele aqui no Brasil. Não demorou muito e recebi o convite para vir para cá.
3. Por quanto tempo você vai trabalhar aqui no Brasil?
São três anos. Ao final desse período a Igreja faz uma avaliação para ver se ainda necessita da presença do/a missionário/a no país, para saber se a Igreja está feliz com o trabalho realizado e também para saber se eu estou feliz. Creio que no caso do Sombra e Água Fresca, temos muitas coisas para fazer aqui, além de construir novas pontes em busca de novos/as parceiros/as. Mesmo permanecendo somente por três anos, se eu não viesse para o Brasil, eu me arrependeria muito se tivesse ficado nos Estados Unidos.
4. E seus pais, a apoiaram nessa decisão? Você vai morar em qual cidade?
Foi muito difícil meus pais amadurecerem a ideia, mas quando comprei a casa nos Estados Unidos, eles tinham a esperança de que eu ficasse lá. Quando dei a notícia que viria para o Brasil, eles me apoiaram e disseram que eu tenho que fazer o que Deus tem para a minha vida. Nesse primeiro instante eu ficarei em Belo Horizonte/MG para caminhar mais de perto com o Gordon e a Teca Greathouse. Vou fazer a conexão entre Brasil e Estados Unidos, mas quero conhecer os projetos do Sombra e Água Fresca também. Quando fiquei sabendo dessa oportunidade de vir para o Brasil, eu logo queria saber qual era o trabalho que precisava ser feito. Queria saber se um/a brasileiro/a poderia fazer o trabalho e por que precisava trazer um/a missionário/a dos Estados Unidos para cá. Como o trabalho principal é fazer essa ponte entre Igrejas nos Estados Unidos e os projetos no Brasil, me interessei e logo percebi que se tratava realmente do meu chamado e vocação.
* Pr. José Geraldo Magalhães, editor do Expositor Cristao. Para ver o artigo original, clique aqui.