1. O que faz um presidente do CIEMAL?
O presidente, além de convocar, preside a Assembleia Geral de cinco em cinco anos; no interregno, preside a Comissão Diretiva composta por um/a membro de cada Igreja nacional, que se reúne três ou quatro vezes por período.
Também preside o Comitê Executivo, que trabalha na prática as decisões tanto da Assembleia como da Comissão Diretiva, bem como poderá tomar alguma decisão quando não for possível a reunião da CD, sendo homologada na reunião seguinte. Representa as Igrejas membros em todos os espaços possíveis, juntamente com o Secretário Geral, que também, juntos, organizam as agendas e documentações necessárias ao bom andamento das atividades programadas. O presidente supervisiona o trabalho do Secretário Geral e mantém os órgãos informados de suas atividades.
O presidente também zela pelos propósitos do CIEMAL: Participar da missão de Deus, dando testemunho solidário na proclamação, educação e serviço através das Igrejas membros, dando prioridade aos/às menos favorecidos/as do povo latino-americano e caribenho; estimular o processo de manter e aperfeiçoar a unidade da igreja; manter e proclamar a conexidade metodista, cultivando a fraternidade e apoio mútuo; conectar o CIEMAL com o metodismo mundial e fortalecer a unidade cristã; estimular e promover a consciência e a prática bíblica teológica; manter análise crítica acerca da realidade política, econômica e religiosa de cada país membro; desenvolver programas por meio de estudos, consultas, seminários, oficinas e outros que favoreçam o cumprimento da nossa missão. Sempre respeitando a autonomia das Igrejas membros.
Além desses propósitos, a presidência deve ter uma mensagem de esperança, motivação e crescimento do metodismo em todos esses países, visando à relevância e ao avanço para as nações que não estão ainda em nossa área geográfica e até os confins da terra.
2. O que o senhor considera o maior desafio hoje para presidir o CIEMAL?
Manter nossa unidade doutrinária, trabalhar forte o crescimento saudável das igrejas, ajudar mutuamente nos problemas sociais (drogas, desemprego, sexualidade, educação, segurança, família, etc.) e políticos (falência das ideologias, corrupção em todas as tendências partidárias, etc.), no que nos compete como Igreja, socorrer nossas Igrejas em suas catástrofes naturais, treinar novas lideranças pastorais e leigas para este novo tempo, buscar autossustentabilidade financeira de várias igrejas nacionais, fortalecer nossas parcerias internacionais sem exigências.
Esses são alguns desafios prioritários que temos pela frente enquanto metodismo na América Latina e Caribe. Acredito que o maior desafio e prioridade será levar cada metodista a cumprir sua missão cristã de ser testemunha viva do Evangelho da graça e fazer discípulos/as de todas as nações. Uma igreja viva e missionária produz mais frutos para o reino e abençoa as famílias, cidades e nações.
3. É possível trabalhar novas parcerias com Igrejas da América Latina e Caribe? Quais?
A igreja precisa unir suas forças espirituais e humanas, fortalecer sua missão de evangelizar, discipular e caminhar juntas diante dos desafios que temos em comum. Se não buscarmos parcerias e aprendermos umas com as outras dentro dos propósitos de Deus e do CIEMAL, não seremos relevantes em nossos países. Todas as igrejas podem aprender com todas as igrejas, mesmo a mais frágil tem o que ensinar e o que aprender na caminhada missionária.
A que pode mais ajuda mais e a que pode menos ajuda menos, mas todas precisam ser ajudadas e ajudar. Quem tem aprendido a fazer mais discípulos/as pode ensinar quem não tem batizado uma vida quem sabe há anos. Quem tem crescido na educação teológica pastoral e missionária pode ajudar a igreja que não tem para capacitar seus líderes. Quem tem tido sucesso em ajudar os países com catástrofes pode ensinar outras a fazer o mesmo. Quem é forte na evangelização e plantação de novas igrejas pode estabelecer parcerias com igrejas que não têm avançado neste mandato de Jesus Cristo e dos Apóstolos. E outras parcerias, em outras áreas da vida e missão da Igreja.
4. Que tipo de sentimento o senhor teve ao receber o resultado da eleição?
Senti temor e tremor diante do grande desafio proposto. Alegre como em todas as oportunidades de serviço na missão que Deus me proporciona neste espaço de missão. Privilégio pelo fato de servir junto à nossa Igreja Metodista. Por amar esta igreja e acreditar no propósito de Deus para ela em todo o mundo que desejo vê-la cada vez mais forte, animada, mais cheia de vida de Deus e de vidas para Deus.
* José Geraldo Magalhães. Publicado originalmente no Expositor Cristão de novembro/2017