Metodistas Unidos em Angola Oeste buscam imunização contra a COVID-19

Agostinho Ferreira, um dos metodistas no momento em que fazia a testagem e antes da toma da vacina em Luanda, Angola. Foto de Augusto Bento. 
Agostinho Ferreira, um dos metodistas no momento em que fazia a testagem e antes da toma da vacina em Luanda, Angola. Foto de Augusto Bento.

Palavras-chaves:

 • As comissões de higiene e saúde explicam aos membros a importância da toma da vacina e dos testes da COVID-19.

 • A sensação da perda por conta da doença continua a deixar muitas famílias no desespero.


O nível de absentismo dos cidadãos em Angola referente a vacina de imunização contra a COVID-19 tende a baixar, isso como fruto das campanhas de sensibilização levadas a cabo pelos órgãos de comunicação públicos e privados, bem como pelos líderes da Metodista Unida durante as reuniões com suas congregações locais.

“Quando entrei na sala para a imunização, primeiramente tive medo de vacinar,” disse Agostinho Ferreira, membro da Igreja Metodista Unida de Bispo Emílio de Carvalho, após a imunização.  

Como forma de encorajar a toma da vacina, os metodistas unidos por exemplo, abrem espaço em cada culto para as comissões de higiene e saúde explicarem aos membros a importância da prevenção da COVID-19, bem como da toma da vacina.

“O meu medo resultava dos comentários que as pessoas contam, contudo não tive nenhuma reacção negativa apos a toma, e me sinto bem de saúde,” continuou Ferreira.

Maria da Graça, funcionária dos Escritórios e Sede da Conferência do Oeste de Angola é outro membro da Igreja que reside no Sul de Luanda que também já tomou a vacina e falou da sua experiência.

“Eu tinha receio de que ao receber a vacina contra a COVID-19 as mulheres não poderiam engravidar,” disse da Graça.

“Mas depois de me informar melhor, vou passar a mensagem às outras mulheres para tomarem a vacina, visto que ela pode salvar vidas, e não dói.”

A procura da vacina nos postos de vacinação criados tem sido constantes sobretudo nas grandes cidades de Angola e principalmente na capital Luanda. Em Luanda, onde vivem mais de 7 milhões de pessoas, foram abertos somente cinco postos de vacinação aonde os grupos alvos recebem a dose. Trata-se dos postos do Complexo Turístico Paz Flor, no Morro Bento, Cidadela Desportiva, Magistério Mutu-ya-Kevela, no Distrito Urbano da Ingombota, Centralidade do Cazenga, e Casa da Juventude em Viana.

 
Senhora Laurinda Neto, guia leigo conferencial de Angola Oeste, no momento da testagem, na Universidade Metodista de Angola, antes da toma da vacina em Luanda. Foto de Augusto Bento.

“Segundo os técnicos de saúde presentes no local, a vacina é segura, e por isso aconselho aos metodistas a cooperarem com as autoridades sanitárias. Só assim sairemos vitoriosos desta luta que é de todos nós,” aconselhou Ferreira.

A sensação da perda continua a deixar muitas famílias no desespero, enquanto todos os dias a imprensa mundial e local relata o crescimento de novos casos de contaminação por Coronavírus e suas novas variantes capazes de contaminar mais de uma pessoa em poucos minutos.

“Meu marido morreu muito jovem e tinha muito ainda para dar a família e ao país,” lamentou Virgínia de Castro, viúva e membro da comunidade que perdeu seu marido nos finais de 2020 devido a COVID-19.

“Esta maldita doença levou o meu marido e o nosso lar ficou sem graça,” desabafou de Castro. “Agora olho e confio apenas em Deus que é o nosso refúgio e fortaleza, e não deixaria de agradecer a Igreja que tem nos apoiado espiritual e materialmente.”

Ainda com lágrimas nos olhos a jovem viúva encoraja as pessoas a se protegerem e aderirem a vacina para se evitar ainda mais mortes por COVID-19.

“Tudo que aconselho por agora é que as pessoas devem se proteger mais desta doença.”

Os dados oficiais informam que até o dia 23 de Agosto, Angola totalizou 46.076 casos positivos, com 1.163 óbitos, 42.624 recuperados e 2.289 activos. Dos activos, 8 críticos, 28 graves, 71 moderados, 32 leves e 2.150 assintomáticos.

“Uma das formas eficazes é tomar a vacina e lavar frequentemente as mãos, usar a máscara, evitar aglomerados e sempre que sentir dores, aproximar a unidade sanitária para uma consulta,” concluiu de Castro.

Apesar dos esforços que os líderes governamentais e religiosos fazem para contrapor o impacto da doença, ainda há muita gente que se abstém da vacina e que precisa ser sencibilizada.

O Centro de Controle de Doenças de África relata que 2,22% do Pais foi totalmente vacinado.

A área de comunicação do Oeste de Angola por exemplo, vai levar um programa de sensibilização de seus membros com a reactivação da Bolsa de Mensagens denominada “UMConnect,” financiada pela UMCom, um programa de envio de SMS que visa despertar as comunidades da importância da vacina contra a doença.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), as primeiras doses de vacina contra a COVID-19 a chegarem em Angola foram da Covax, em Março de 2021, sendo assim o primeiro país da região da África Austral a receber a vacina da Covax.

No âmbito dos esforços globais de combate a pandemia, o país recebeu recentemente mais de Cinco mil doses de vacinas doadas pelos Estados Unidos da América e mais 135 mil doses de Astrazeneca vindas de Portugal, fruto das relações diplomáticas que Angola mantém com estes países.

*Bento é o comunicador da Conferência de Oeste de Angola das Notícias Metodista Unida. Contacto com a imprensa: Rev. Gustavo Vasquez, editor de notícias, newsdesk@umcom.org. Para ler mais notícias da Metodista Unida, inscreva-se nos resumos quinzenais gratuitos.

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