Palavras chaves:
- James Salley foi nomeado presidente e director executivo da África University (Tennessee) Inc., uma das três entidades que administram a África University no Zimbabwe.
- Salley conseguiu um apoio impressionante para a universidade entre muitas igrejas e conferências anuais nos EUA, algo que ele foi aconselhado que seria difícil.
- A Universidade da África está ajudando a resolver muitos problemas urgentes na África, como insegurança alimentar, doenças e mudanças climáticas.
James Salley, conhecido por alguns como “Sr. África University”, está com a instituição da Metodista Unida no Zimbabwe desde que estava em estágio embrionário.
Em seus quase 30 anos de história, a AU produziu líderes no governo, religião e negócios. Seus ex-alunos incluem o Bispo Metodista Unido Mande Muyombo do Congo; Mercy Kafotokoza, directora executiva da Wandikweza, que trabalha para melhorar o acesso a cuidados de saúde de qualidade nas áreas rurais do Malawi; e Lillian Achom, empreendedora de tecnologia da informação que orienta jovens mulheres em Uganda.
“Estamos desenvolvendo a nova geração de líderes,” disse Salley, que recentemente acrescentou o título de presidente e director executivo da África University (Tennessee) Inc. Ele continua sendo vice-reitor associado para o desenvolvimento institucional. A África University (Tennessee) Inc. é uma das três entidades usadas para administrar a AU.
Os graduados da AU estão fazendo uma diferença “em todo o continente de África,” disse Salley. “Podemos apontar para pelo menos 32 países do continente africano (onde os graduados da AU estão trabalhando). Na verdade, temos graduados da AU em todo o mundo.”
Salley, de 70 anos, encontrou-se com Noticias da Metodista Unida em Nashville, Tenn., nos escritórios da África University (Tennessee) Inc., para falar sobre o passado, presente e futuro da AU. Um Metodista Unido vitalício nascido em Orangeburg, Carolina do Sul, Salley seguiu uma carreira de sucesso na radiodifusão antes de mudar seu foco para a educação. Ele também tem actuado na liderança da igreja, servindo como delegado a Conferência Geral desde 1988 e no conselho dos Ministérios Globais Metodistas Unidos de 1987 a 1991.
A entrevista foi editada para maior extensão e clareza.
Estiveste envolvido com a África University no seu estágio de formação, quando não passava de uma ideia. Como é que tem sido esse passeio?
Tem sido muito gratificante para mim ver uma instituição crescer de um campo vazio com alunos - 40 originalmente - com uma equipe de sete funcionários em tempo integral, juntamente com vários consultores. Existem agora mais de 10.000 graduados com 3.000 matriculados. A equipa agora é de 360 pessoas. … Estamos nos preparando para guardar no banco dinheiro suficiente em 2022 para construir um novo dormitório feminino. Até o final do ano, colocaremos mais US$ 1,5 milhão no projecto capital e o construiremos sem dívidas.
Para realmente ajudar a moldar e produzir cidadãos bons e sólidos para a África e o mundo, essa tem sido a recompensa que recebo. Algumas dessas pessoas, diziam que nunca conseguiriam, mas tudo o que precisavam era apenas uma oportunidade.
Tiveste grande sucesso em conseguir que igrejas locais e conferências anuais apoiassem uma universidade a milhares de quilómetros de distância noutro continente. Como conseguiu isso?
Realmente acredito que se não fosse um chamado de Deus, não teríamos tanto sucesso como temos neste trabalho. Lembro-me que o falecido bispo F. Herbert Skeete, que serviu no conselho da África University, convocou uma reunião quando eu estava montando o escritório de desenvolvimento. Havia quatro (angariadores de fundos) lá de algumas das principais instituições da Igreja Metodista Unida. Não direi o que é que eles eram, mas estávamos todos na reunião. A primeira coisa que me disseram foi: “Não perca seu tempo indo a igrejas locais e conferências anuais. Nunca terás sucesso fazendo esse trabalho.” Bem, essa é a base do nosso trabalho.
Agora, temos mais de 30.000 indivíduos, igrejas locais e conferências anuais no nosso banco de dados. E isso não é por acaso. Isso simplesmente não acontece. Tinha que ser obra de Deus.
É verdade que seu novo título de presidente e director executivo é mais um reflexo do que já vens fazendo, ao em vez de conferir novas responsabilidades para si?
Na verdade, é o que tenho feito desde a criação do escritório de desenvolvimento. … . Eu sou um membro sénior do gabinete da universidade. Sou a pessoa mais antiga empregada na universidade agora, desde 1992. Em Setembro de 2022 serão 30 anos. Tenho um escritório no campus universitário. Durante um período sem a pandemia, farei um mínimo de seis viagens por ano à universidade e às vezes sete a oito, dependendo se temos ou não doadores ou pessoas de igrejas locais que desejam visitar.
Culturalmente, é um problema conseguir que as mulheres africanas venham para a faculdade?
Sim. O nosso rácio de homens para mulheres neste semestre na África University é de 58% do sexo feminino. A proporção média de homens para mulheres na faculdade ou universidade tradicional é de cerca de 30% do sexo feminino. Portanto, é um esforço intencional da administração e da directoria ajudar a educar as mulheres, porque elas assumem a responsabilidade de educar o resto da família e o resto da cidade ou vila e ajudam a fornecer educação às crianças e outros.
Como é que o seu currículo reflecte sua localização em África?
Não queríamos construir uma duplicata de uma universidade europeia-americana em África. … Estes são programas concebidos e implementados exclusivamente para os Africanos. O nosso Instituto de Paz, Liderança e Governação oferece diplomas em gestão de conflitos, resolução, paz e governação - o tipo de coisas que abordam os pontos quentes em todo o continente. Somos também o centro de estudos da malária no Zimbabwe. … Na área da agricultura, fazemos pesquisas com determinados tipos de culturas que são resistentes e crescem bem nas épocas de seca. Então, sim, nós olhamos para os problemas do continente e tentamos encontrar soluções.
O que vês como principais desafios daqui para frente?
Infelizmente, algumas das coisas que as pessoas nos Estados Unidos, na Europa e em outros lugares as toma de animo leve ainda são um desaforo (em África): malária, tuberculose, segurança alimentar. Há também mudanças climáticas e desafios ambientais. Além disso, fornecer apoio suficiente para pessoas que são pessoas da primeira geração de educação superior. A maioria dos nossos alunos ainda é da primeira geração, o primeiro da família a ir para a faculdade ou universidade. Então, o desafio é encontrar pessoas competentes para ensinar essas pessoas de primeira geração que estamos formando.
Outro desafio será continuar sendo o tipo de instituição que quer recrutar algumas dessas pessoas que podem pagar sua educação, mas sempre ser uma instituição que dará assistência e ajuda para aquelas pessoas que não teriam a menor chance de obter um ensino superior de outra forma.
Pode me falar sobre sua visão de onde a AU está indo?
Queremos ser uma universidade inovadora, de primeira classe e inovadora que esteja directamente relacionada com os Metodistas Unidos. A Universidade da África vai viver e sobreviver. Continuaremos a construir academicamente com matrículas e nossa doação e avançar para a sustentabilidade. Você nunca termina de construir uma universidade.
*Patterson é um repórter das Noticias da UM em Nashville, Tennessee. Entre em contacto com ele pelo telefone 615-742-5470 ou newsdesk@umcom.org. Para ler mais notícias dos Metodistas Unidos, subscreva os resumos diários ou semanais gratuitos
** Joao Filimone Sambo é correspondente lusófono em África para Noticias da MU
Durante o intervalo, os delegados e observadores formaram um círculo de 200 a 300 pessoas, batendo palmas e cantando hinos como "Child of God" e "Draw the Circle Wide".
Muitos abraçaram-se e mais do mais alguns choraram, numa libertação em massa de alegria para aqueles que tinham pressionado, alguns durante décadas, para tornar a Igreja Metodista Unida totalmente inclusiva.
A cena foi um contraste marcante com a da Conferência Geral especial em St. Louis em 2019, que deixou progressistas e muitos centristas na denominação perturbados com o endurecimento das restrições contra a participação LGBTQ.
Marilyn Murphy, uma observadora da Conferência da Carolina do Sul que viu a igreja debater esta questão durante décadas, disse que ficou surpreendida por ter sido incluída no calendário de consentimento, mas não surpreendida por ter sido aprovada.
"Temos feito isto desde os anos 70 e, finalmente, em poucos minutos, sem qualquer debate, o assunto desapareceu. E agora podemos continuar com os assuntos da igreja".
Virginia Lee, uma observadora da Conferência da Virgínia, partilhou a sua alegria.
"É um grande dia! E isso diz tudo".
Esta é uma história em desenvolvimento.
Sam Hodges e Jessica Brodie, da Nótícias MU, contribuíram para este relatório.
*Amanda Santos é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para Rev. Gustavo Vasquez, editor de notícias, newsdesk@umcom.org.