Pontos Chave:
- Olhando para aquilo que sou e faço hoje na Igreja e Sociedade, sinto que o investimento na Africa University não foi em vão.
- Minha esperança é que no fim desta sessão, continuaremos a manter nossa conexionalidade, apesar das diversidades em nosso meio, coisa que precisamos aprender a lidar com elas.
- Africa University é sim o começo de tudo o que eu sou e faço hoje. A Africa University abriu-me, não somente os olhos e a mente, mas também o mundo que me rodeia.
- Africa University preparou-me para o ministério de liderança dentro da igreja e na sociedade.
- Africa University é um polo de preparação e desenvolvimento de liderança em África e no mundo.
Graduados da Africa University dos anos desde a fundação desta instituição de ensino superior em África, estão fazendo diferença como delegados, tradutores, intérpretes na Conferência Geral, que teve seu início nesta terça-feira 23 de Abril no Centro de Convenções de Charlotte – Carolina do Norte, Estados Unidos da América.
O calor, a vibração, a colaboração e alegria nos corredores e salas de reuniões do Centro de Convenções de Charlotte, caracterizam o aroma trazido pelos ex-estudantes da Africa University, a única instituição de Ensino Superior pan-Africana da Metodista Unida localizada em Old Mutare no Zimbabwe.
Os ex-estudantes da AU, formados em diferentes áreas do saber, tem contribuído de forma muito significante nos trabalhos desta Assembleia da Igreja Metodista Unida, que tem com tema “...e saibam que sou Deus” (Salmos 46:10).
“Sinto-me abençoada por estar e fazer parte desta importante Assembleia Geral da Igreja Metodista Unida,” disse a Rev. Fidelie Nawej ex-estudante que graduou da Africa University com o grau de licenciatura em Teologia (2008) e Mestrado do Instituto de Paz, Liderança e Boa Governação (2010).
“Olhando para aquilo que sou e faço hoje na Igreja e Sociedade, sinto que o investimento na Africa University não foi em vão,” explicou Nawej.
De salientar que Africa University tem sido um destino preferencial para muitos estudantes do continente. Actualmente, 26 países (AU at a Glance: 2023-2024) encontram-se lá representados.
“Desde que estou aqui, já me encontrei com vários ex-estudantes de várias nacionalidades que estudaram na Africa University, daí que me sinto como se estivesse no Campus da AU,” disse Nawej.
Nawej é da RD de Congo e está na Conferência Geral colaborando como intérprete.
“Minha esperança é que no fim desta sessão, continuaremos a manter nossa conexionalidade, apesar das diversidades em nosso meio, coisa que precisamos aprender a lidar com elas, ” disse o Rev. André Vieira, graduado com a licenciatura em Divindade (2009), da Conferência do Leste de Angola.
“As diversidades são característica dos seres humanos, e para nós, isso nos torna de facto Metodistas Unidos,” explicou Vieira, que é também apoiante da regionalização.
A Africa University é, na verdade, a Escola de Sonhos, localizada no Vale da Esperança em Old Mutare. Fundada em 1992, esta instituição Pan-Africana, relacionada a Metodista Unida, dedica-se a formação de homens e mulheres que possam responder aos desafios do presente e futuro da Igreja e Sociedade.
“A minha estadia na Africa University iniciou no ano de 2021, ” disse Sylvie Kabanga Mbuyi, que fez a licenciatura em Ciências e Sociais e Humanas.
“Iniciei com as aulas de Intensive English, pois vinha de um país de expressão Francesa, sem noções sólidas da língua de ensino, ” continuou Mbuyi.
Como sendo uma escola pan-Africana, a Africa University é um ponto onde muitas nações se juntam, culturas se misturam e tradições se cursavam.
“Eu vinha da Conferência do Sul do Congo, para além de aprender o ABC acadêmico na AU, também aprendi o sentido de comunidade, de pertença, da Africanidade e ultimamente, enriqueci o meu entendimento social e humano na Africa University, ” explicou Mbuyi.
“Estar na Conferência Geral é uma grande benção para mim. Estou ajudando nas traduções a convite de Don Reasoner, ” concluiu Mbuyi.
General Conference photos
Mbuyi graduou em 2005, foi para Candler School of Theology onde fez Mestrado em Divindade, classe de 2012. Mbuyi era corista do Praise the Lord Choir, um coral que cantava e encantava todos aos domingos no Kwang Li Chapel, bem como nas comunidades em Mutare e mesmo em Harare.
“Aqui na CG sirvo como intérprete para a língua portuguesa, trabalho que venho fazendo a mais de 12 anos, ” disse Bernardo Lourenço, outro graduado em Teologia na Africa University (2000)
Segundo Lourenço, sente-se bem ao servir, ajudando seus irmãos da lusofonia.
“Contribuindo desta forma para a minha Igreja, sinto-me a contribuir com os dons e talentos adquiridos na AU, e sinto-me continuamente conectado com os meus irmãos da conexão. E isto, é de facto a beleza do Metodismo e sua conexionalidade,” concluiu Lourenço.
A média etária dos graduados da AU está entre os 35 e 45 anos.
“O meu contributo nesta Conferência está na interpretação e tradução e é a minha primeira experiência, desafiante, mas agradável,” disse o Rev. Alfeu Mujongue, graduado em 2013 e membro da Conferência de Moçambique Sul.
Mujongue informou que teve alguma dificuldade para obter o visto para vir a Charlotte, porém, falando sobre a AU disse “é minha oração poder ver mantidos os fundos que apoiam a Africa University, pois a AU continua sendo o ponto onde homens e mulheres recebem formação de qualidade, com a qual estes transformam Africa e o Mundo,” explicou Mujongue.
A representação feminina na Africa University foi sempre crescente em todas as faculdades.
A Reverenda Neusa Marta Pedro Joaquim Ndalamba, é ex-estudante da Africa University.
“Fui a AU porque ouvi que era uma boa escola de raízes metodista e no continente africano,” disse Ndalamba.
Natural de Angola, Ndalamba frequentou o curso preparatório de inglês, no ano lectivo de 2003-2004, com outros colegas de outros países cuja língua de educação é diferente de inglês.
“Africa University é sim o começo de tudo o que eu sou e faço hoje, ” disse Ndalamba. “A Africa University abriu-me, não somente os olhos e a mente, mas também o mundo que me rodeia,” explicou.
Ndalamba é graduada da AU escola de Teologia, classe de 2007. Agora exerce o ministério pastoral como Superintendente do Distrito de Kwanza Norte, é vice-secretária da Conferência do Oeste de Angola, e casada com o Ken Ndalamba.
Ela foi convidada para a GC2024 para ajudar na tradução e interpretação.
João da Graça, um antigo estudante da Africa University, licenciado em Sociologia (2006) afirma que “como delegado fui bem recebido desde o aeroporto até aqui, estou a receber bom tratamento,”
Da Graça exerce funções-chave na sua Área Episcopal Angola Oeste, como Director dos Serviços Administrativos e também na Universidade Metodista de Angola como professor da História do Metodismo.
Muitos dos ex-estudantes da Africa University, após obterem as suas licenciaturas, foram para outras universidades dentro ou fora de África.
“Depois de adquirir a Licenciatura em Teologia (2010) voltei a AU fazer o Instituto de Paz, Liderança e Boa Governação (2014), fiz Mestrado em Divindade na Wesley Theological Seminary in Washington, DC,” disse o Rev. Ivan Milosi Mumba.
“A AU, marcou a minha vida… nela aprendi a língua, a cultura, a interação e amizade com outros estudantes doutros quadrantes de África. Aprendi a Teologia, a Liderança e Boa Governação, aprendi a ser servo e líder para o presente e o futuro, ”
“Finalmente, Africa University mudou a minha vida para o melhor, pavimentou e elevou-me do nível em que me encontrava, para onde agora me encontro, ” concluiu Mumba.
Mumba colabora nesta Conferência Geral 2024 como tradutor. Ele é candidato do DMin no Garreth Theological Seminary in Illinois.
O crescimento da Africa University é galopante, a avaliar pelo número de escolas, faculdades e o universo estudantil. Hoje tem 4 colégios e 1 escola, mais de 10 cursos, e um universo estudantil de cerca de 2.219 (incluindo 187 estudantes que estão a tempo parcial).
“Africa University preparou-me para o ministério de liderança dentro da igreja e na sociedade, ” disse a Rev. Tsishinen Mpoyo, ex-estudante, classe de 2007.
“Estar nesta conferencia é uma benção e vejo que em parte é resultado da preparação que tive na AU. Sinto que, como muitos ex-estudantes, darei o máximo de mim para o bem da IMU global,” concluiu Mpoyo.
Mpoyo exerce o ministério pastoral na Conferência de Wisconsin, PA e nesta conferência está como tradutora para a comunidade Francófona.
Africa University é um polo de preparação e desenvolvimento de liderança em África. Muitos países africanos estão abençoados pelos graduados da AU. Homens e mulheres de várias idades são treinados, capacitados para serem agentes de mudança e transformação da sociedade nos seus países e particularmente da Igreja.
“A Africa University pavimentou o meu caminho, ” disse Laure Kalau, ex-estudante da classe de 2008, escola de Teologia. “A AU equipou-me o suficiente para o meu trabalhou pastoral, posso servir em qualquer contexto cultural, pois na AU vivi e estudei num contexto que me preparou para tal. ”
Os dados demográficos dos estudantes actualmente matriculados na Africa University (2023-2024) indicam que 57% são do gênero feminino e 43% masculino.
“Eu sou da RD de Congo, mas na AU, vivi e estudei com pessoas de vários países, que souberam me apoiar, me amar e ajudar em múltiplos aspectos,” explicou Kalau.
“Agradeço o facto de ter sido estudante da AU. A diversidade cultural, o corpo docente excelente, tudo isso me empoderou para ser uma agente de mudança positiva no mundo, ” concluiu Kalau.
Kalau é Presbítera e membro da Conferência Anual de sul de Katanga, mas actualmente a servir na Conferência de Carolina de Norte.
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Alguns líderes da nossa igreja também se formaram no Vale da Esperança, a Africa University.
Wehnam Peter Dabale, que obteve três graus de formação superior na Africa University e que graciosamente, hoje faz parte dos funcionários da instituição, afirma que “quando ouço falar da AU, vejo o investimento e o futuro de África em todos os aspectos,”.
Natural da Nigéria, Dabale é membro na Conferência Anual de Sul, e chegou a AU em 2023 e agora trabalha na Universidade.
“Sou conselheiro para os estudantes internacionais, Diretor dos Assuntos dos Ex-Estudantes, director da internacionalização e de Relações com Igreja dos Ex-estudantes,” posições estas que foi ocupando ao longo do tempo desde a altura que conseguiu emprego na AU.
Neste momento a AU conta com 2.032 estudantes a tempo inteiro, representando 25% internacionais e 75% Zimbabweanos.
“A Africa University é uma universidade que oferece educação geral, mas enraizada nos valores Cristãos. Uma universidade que molda líderes com princípios éticos que transformam, não apenas África, mas todo o mundo,” explicou Dabale.
Aqui na Conferência Geral existem muitos estudantes de vários países fruto do bom investimento na Africa University. Dentre estes, estão, delegados, intérpretes, pessoal nas agências, ex-missionários, incluindo um bispo.
Muitos dos nossos entrevistados sublinharam a importância da AU, para o continente e para o mundo, dada a qualidade de ensino acadêmico, misturado com a benção e a diversidade cultural dos povos Africanos.
“A AU tem uma qualidade invejável de educação, qualidade de infraestruturas, tanto humanas e físicas, bons docentes,” sublinhou Dabale.
Dabale está na Africa University por quase 20 anos, é membro do conselho dos directores e tem sido um líder encorajador, que afirma que continuará a trabalhar a bem da formação dos líderes do presente e futuro de África.
O Chanceler da Universidade, o Bispo Gaspar João Domingos, olha para a AU como “o ponto fulcral para a revolução do continente Africano, através da formação dos líderes da igreja e do continente.”
Domingos falava aos repórteres da UMCom no Centro de Convenções de Charlotte, no dia 24 de Abril de 2024.
“A IMU está em África há quase 200 anos e nunca tínhamos tido uma Escola de Ensino Superior, até quase na década 90,” explicou Domingos.
“A AU não é mais uma Universidade, ela deve ser e fazer a diferença no continente e no mundo,” reiterou Domingos.
Gaspar é chanceler da AU desde o ano de 2021 e explicou que “esperamos que a AU nos ajude a contar a história de África, e que tenha um sabor Africano. ”
A Africa University já começou a produzir bispos. A Área Episcopal do Norte Katanga-Tanganyika está sob liderança do Bispo Mande Muyombo, graduado da Africa University nos anos de 2006 e 2008, com licenciatura em Divindade e IPLG respectivamente.
“A única Universidade pan-Africana da Igreja, que é uma dádiva de Deus, tornou realidade o sonho da Africa University no continente Africano,” disse Muyombo. “Este, é um ministério que mudou completamente a minha vida e a vida de muitos graduados da AU,” reiterou.
O bispo Muyombo é um cantor que canta com paixão e foi membro da Africa University Choir.
“A Africa University, equipou-nos para enfrentarmos os desafios do milênio. A formação que tive e meus colegas na AU desenvolveu em nós uma atitude de ‘eu posso’, ” explicou Muyombo.
Falando da sua posição como presidente do Conselho de Directores da Africa University, Muyombo afirmou “este é um lembrete de que fui chamado para servir a próxima geração de líderes,” em Bishop is first AU to chair university Board (UMNS), pela Eveline Chikwanah.
“A universidade permanece como farol da IMU assim que continua a transformar África, ” concluiu Muyombo.
Muyombo é o bispo mais jovem na sua Conferência Central e o primeiro graduado da Africa University a presidir o Conselho dos Directores da AU.
*Da Cruz é comunicador da Conferência Anual do Oeste de Angola das Notícias Metodista Unida com sede em Luanda. Contacto com a imprensa: Rev. Gustavo Vasquez, editor de notícias, em newsdesk@umcom.org. Para ler mais notícias da Metodista Unida, inscreva-se nos resumos quinzenais gratuitos.
**Sambo é correspondente Lusófono em África das Notícias da MU com sede em Maputo, Moçambique.