COVID-19 EM MOÇAMBIQUE, PREOCUPA MEMBROS DO NORTE DO SAVE

Até o dia 26 de maio de 2020 Moçambique já contava com 213 casos positivos da COVID-19, informação essa revelada pelas autoridades de saúde Moçambicanas. Este factor, preocupa os membros do Norte de Save.

 
Rev. Manuel Alberto, Director do Centro de Treinamento de Gondola. Manica, foto de Eurico Gustavo.  

“A situação é muito preocupante neste ponto do país, pois é nesta província de Cabo Delgado onde se registou até então o maior número de casos positivos da pandemia” informou Dércia Marrengula, Superintendente do Campo Missionário de Cabo Delgado.

“Estamos apreensivos porque o número de infectados aqui na província tende a crescer diariamente, e infelizmente mesmo com esta subida, as pessoas continuam não observando as medidas de prevenção emanadas pelas autoridades de saúde” reportou Marrengula.

Moçambique conta até hoje 29 de Maio com 233 casos positivos, 82 recuperados e 02 óbitos. (Fonte: https://covid19.ins.gov.mz/) A província nortenha de Cabo Delgado, é a que conta com mais casos de contaminação local no País e agora conta com 131 casos e 01 obito (Fonte: Ministério da Saúde, Direcção Nacional da Saúde, Comunicado de Imprensa de 28 de Maio de 2020).

Outro parecer partilhado vem de António Matimula que se expressou “esta situação é uma realidade na nossa província e por causa disso temos intensificado mais as medidas de prevenção nas nossas famílias e comunidades.”

 
Sra. Orlanda Silambo, membro do Cargo Pastoral de Chimoio: Chimoio, foto de Eurico Gustavo.  

“ Na verdade não conseguimos pegar sono, porém tudo colocamos nas mãos de Deus porque só Ele conhece o nosso amanhã “. Disse Matimula, um dos membros do Campo Missionário de Cabo Delgado.

´´No município de Chimoio, depois do registo do primeiro caso da COVID-19, começou-se a notar comportamento estranho dos municipes´´ disse a senhora Orlanda Josué Silambo, munícipe daquela cidade.

 ´´Começou a existir um comportamento diferenciado dos munícipes. Onde por um lado, havia munícipes que observavam todas as recomendações do Ministério da Saúde e do decreto presidencial como: a lavagem das mãos com água e sabão ou cinzas, isolamento social obedecendo 1.5m de distanciamento e de outro, onde e os munícipes tudo faziam na maior normalidade, negligenciando as normativas sobre a prevenção em vigor.´´ concluiu Silambo.

Ainda hoje é possível ver um grande número de munícipes e mesmo pessoas nas zonas rurais que não usam máscaras, incluindo lamentavelmente pessoas que estejam em pequenos aglomerados (nos mercados, transporte públicos).

“A não observância das normas impostas, classificaria de reacção indiferente e ao mesmo tempo preocupante.´´ expicou Manuel Alberto.

 
Rev Dercia Marrengula, Superintendente do Campo Missionário de Cabo Delgado, durante o lançamento de pedra para construção de casa pastoral de Pemba. Foto se Franklin das Neves.

´´Falo de reacção indiferente, quando há falta do cumprimento das orientações do governo, e mesmo dos líderes comunitários e eclesiásticos, no que tange ao cumprimento das medidas de prevenção contra a COVID-19´´ sublinhou Alberto, director de Centro de Evangelização de Gondola, na província de Manica.

´´Contudo, o incumprimento das medidas de prevenção é fruto do tipo de trabalho informal que muita gente faz e que na maior dos casos é ambulatório.´´ Concluiu Alberto.

“Estamos preocupados com a subida de preços dos produtos da primeira necessidade´´ continuou Silambo. ´´A nossa população é de pouca renda. Em outras palavras, a maior parte da população Moçambicana é pobre financeiramente, e esta situação está criando uma insegurança alimentar no sei das famílias´´ concluiu Silambo.

Esta pandemia veio a calhar numa altura em que a produção agrícola em quase todo o País é baixa, dada as mudanças climáticas. Quase que em todo o País não choveu de forma regular para se produzir e escoar o suficiente para as populações.

Dado o surgimento de pequenas bolsas de fome, alguns membros doam um pouco de alimentos que tem aos outros irmãos necessitados demonstrando assim o amor e cuidado pelo próximo.

´´Depois do registo do primeiro caso de COVID-19, os munícipes passaram a ter uma nova postura na prevenção da pandemia, como é o caso de uso das máscaras nas vias públicas, intensificou-se também o controle de lavagem das mãos nos mercados, lojas, nas casas e outros lugares.” afirmou Bento Malonguete membro do Cargo Pastoral de Chimoio aos nossos microfones.

“Já na segunda quinzena de Maio, houve um trabalho árduo da polícia e do município em particular, de fiscalização de cumprimento do decreto presidencial, não obstante, haver algumas lacunas no cumprimento das recomendações dadas pelo governo”. Sublinhou Malonguete.

Em entrevista as Noticias Metodista Unida, o Director do Conselho dos Ministérios Rev. Herminio Guifutela lamentou bastante o impacto negativo que esta pandemia está a criar na sociedade em particulat no municipio de Nampula.

“O sentimento das pessoas de Nampula é de impotência diante das medidas restritivas. Os comerciantes informais já notam uma queda crescente nos seus negócios porque o poder de compra reduziu drasticamente. Outro fenômeno está aliado aos vendedores da feira pois reclamam fome por ter-se fechado o espaço onde vendem produtos em cumprimento com o decreto presidencial”. Disse Guifutela.

“As igrejas e mesquitas também persentem o novo fenômeno de rezar em casa, coisa que ninguém está habituado a fazer´´ concluiu Guifutela.

´´Temos que intensificar as medidas de prevenção e fazer entender os nossos irmãos que ainda não acreditam que esta doença é uma realidade mesmo depois de registar-se um óbito.´´ disse em entrevista Zilpa Anastácio Muhate, Membro do Cargo Pastoral de Nampula em entrevista..

*Gustavo é o comunicador da Conferencia de Moçambique Norte das Notícias Metodista Unida.

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