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Acima: A luz se derrama da porta e dos vitrais da Igreja Metodista Unida Central de Quéssua, parte da Missão Quéssua no leste de Angola. Estabelecida no final de 1800 por missionários Metodistas e destruída por quase três décadas de guerra civil que terminou em 2002, a missão está sendo reconstruída, levando educação, saúde e segurança alimentar às pessoas no vale rural perto da capital provincial de Malanje.

QUÉSSUA, Angola (Notícias da MU) — Desde o final do século 19, a estação da missão Metodista em Quéssua, Angola, tem apoiado as necessidades físicas e espirituais dos aldeões nesta área rural, agora parte da Conferência do Leste de Angola da Igreja Metodista Unida.

Um posto missionário é um posto avançado da igreja que provê as necessidades físicas e espirituais de uma comunidade. Ele usa uma abordagem holística que apoia a educação, o treinamento de habilidades, os cuidados de saúde e a sustentabilidade agrícola e econômica.

Tendo adoptado abordagens mais modernas para o trabalho missionário, a Junta dos Ministérios Globais da Metodista Unida já não utiliza mais o modelo de estação de missão, embora ainda haja um punhado operando no continente africano.

Desde 2004, a Conferência da Flórida mantém relacionamento com a Conferência Leste de Angola e apoia missionários na estação Quéssua. A Conferência da Flórida também envia equipes missionárias para lá regularmente.

Em Abril, uma equipe de Voluntários em Missão da Flórida viajou para Quéssua para uma variedade de projetos, desde médicos a nutricionais e de infraestrutura. As Notícias da Metodista Unida acompanharam a equipe.

Rutiana Figuera tem seu olho examinado para determinar se ela é candidata a cirurgia de catarata no hospital da Missão Metodista Unida Quéssua.
Russ Montgomery dilata os olhos do paciente de catarata João Famorosa para que a Dra. Jeehee Kim o examine no Hospital Quéssua. Montgomery e Kim faziam parte de uma equipe de Voluntários em Missão da Conferência da Flórida.
Ruthie Schaad (de jaleco lavanda) e Russ Montgomery (de jaleco azul) preparam pacientes para cirurgia de catarata no Hospital Quéssua.

Um dos principais projetos era fornecer cirurgias de catarata e outros cuidados com a visão.

Russ Montgomery, que dirige uma organização sem fins lucrativos em Tampa chamada Living in Faith, trabalhou com a Conferencia de Florida para conseguir um cirurgião e equipamento médico para ir a Angola. O seu ministério administra uma clínica oftalmológica no Haiti e ele fez sua primeira viagem a Quéssua em 2022.

A desnutrição e a superexposição à luz solar intensa são os principais contribuintes para a catarata, que se desenvolve com o tempo e pode deixar um indivíduo quase cego. Montgomery compara o efeito do sol no olho a colocar um ovo numa frigideira. “É claro no começo, mas depois fica opaco com o calor,” disse ele.

Dra. Jeehee Kim faz cirurgia de catarata no Pedro Songo. Ela é assistida pela enfermeira Ruthie Schaad, uma voluntária missionária de longa data em Quéssua.
Dra. Jeehee Kim examina os olhos de Domingo Monte para determinar se ele é candidato a cirurgia de catarata

A equipe médica, liderada pela oftalmologista e cirurgiã oftalmologista Dra. Jeehee Kim, realizou 26 cirurgias de catarata, removendo lentes danificadas e substituindo-as por lentes artificiais.

Graciela Espinosa, optometrista servindo como missionária da Igreja Metodista de Cuba, auxiliou nos exames pré e pós-operatórios, bem como traduziu para os pacientes de língua portuguesa.

“É realmente comovente ajudar pessoas que estavam basicamente cegas há anos,” disse ela. “Eles dizem: 'posso ver a luz; posso ver as horas no relógio,’ e eles começam a dar graças a Deus.”

Sicilia Chambonga conta os dedos para ajudar a determinar se recuperou a visão após uma cirurgia de catarata. Uma mistura de Português, Espanhol, Inglês e Kimbundo, a língua tribal local, acrescentou uma camada de confusão ao exercício de contagem
Joana Kudimenco sorria depois de fazer um bom controlo no dia seguinte à cirurgia de catarata. Com ela está Graciela Espinosa, optometrista e missionária, e o filho de Kudimenco, Sentena Fracisco. À esquerda está o missionário médico Russ Montgomery

Espinosa e seu marido, Dr. Serguey Espinosa, um dentista, são apoiados como missionários pela Conferencia da Flórida. Ela trabalha no hospital da estação missionária, fazendo exames oftalmológicos para crianças nas aldeias e obtendo óculos para elas por meio da conferência, bem como remédio para infecções oculares.

“Muitas das crianças não enxergam bem e por isso abandonam a escola. Elas também podem perder a visão se uma infecção ocular não for tratada,” disse ela.

Eletricidade consistente é vital durante as operações, e o hospital carecia de reserva confiável. Seu gerador não funcionava bem há três anos. Dois membros da equipe, Ed Lobnitz, engenheiro elétrico, e David Johnston, eletricista, conseguiram religar as conexões da clínica e fazer o gerador funcionar novamente.

“A energia corta-se com bastante frequência aqui e, quando estás operando um olho, um minuto sem energia é um problema,” disse Lobnitz.

David Johnston (à esquerda) e Ed Lobnitz trabalham para consertar um gerador a diesel que fornecerá energia de reserva para o hospital da Missão Quéssua em Angola. Eles faziam parte duma equipe de Voluntários em Missão da Conferência da Flórida.
Pacientes e familiares aguardam do lado de fora do Hospital Quéssua. Foi construído pelo governo angolano em 2015.
Caminhando sob uma chuva suave, Katarina Antonio Luis (à direita) ajuda a guiar Domingo Miango Monte do Hospital Metodista Unido Quéssua para casa depois que ele e Joana Pascual fizeram exames oftalmológicos após uma cirurgia de catarata. Pascual, de 80 anos, conseguiu caminhar até sua casa na vila de Mufongo, a pouco mais de um quilômetro de distância, sem ajuda. Luís e Pascual são irmãs.
Katarina Antonio Luis (perto, à esquerda) caminha com sua irmã, Joana Pascual, voltando para casa do hospital em Quéssua, depois que Pascual e Domingo Miango Monte (ao longe, à direita) fizeram exames após uma cirurgia ocular. A esposa de Monte, Fátima Fondolo, encontrou o grupo no meio do caminho para ajudar o marido, o qual permitiu que Luis pegasse na mão da irmã.
Pacientes e familiares voltam para casa depois de estarem no Hospital Metodista Unido Quéssua.
Joana Pascual está do lado de fora de sua casa na aldeia de Mufongo, perto de Quéssua, Angola, depois de voltar do hospital da missão para um consulta após sua cirurgia de catarata no dia anterior. Atrás dela está sua irmã, Katarina Antônio Luís, que segura raízes de mandioca, alimento básico da aldeia.
Joana Pascual (à direita) abraça sua oftalmologista, Dra. Jeehee Kim, que veio visitá-la em casa na vila de Mufongo, perto de Quéssua, Angola, dois dias depois de Kim remover uma catarata do olho de Pascual.
Dra. Jeehee Kim remove um tapa-olho de Joana Pascual dois dias depois que o ex-chefe da aldeia Mufongo, parte da Missão Quéssua, teve uma catarata removida. Kim, oftalmologista da Califórnia, e a enfermeira Ruthie Schaad, voluntária missionária de longa data em Quéssua, foram visitar Pascual em sua casa.
Joana Pascual dança de alegria após a retirada do tapa-olho e a recuperação da visão após cirurgia de catarata no Hospital Metodista Unido de Quéssua, em Angola.

Ruthie Schaad, uma enfermeira e voluntária missionária de longo prazo, desenvolveu um relacionamento com as pessoas das aldeias vizinhas e pode descrever as dificuldades que a perda da visão cria para elas. Ela vive em Quéssua desde 2016 junto com o marido, David, que nasceu de pais missionários e viveu na missão até meados da década 60. Ele agora ajuda a manter os equipamentos da fazenda e o sistema de água que abastece toda a missão.

“Muitos são agricultores de subsistência e sua existência depende da capacidade de cultivar,” disse ela. “Um casal que tinha catarata foi trazido aqui por seu filho, que é meio cego devido ao sarampo na infância. Eles vêm de uma aldeia do outro lado do rio, e sua visão é muito fraca para cruzar com segurança a única ponte para chegar aqui.

Ao ajudar os pacientes depois que seus curativos foram removidos, Schaad foi capaz de dizer a eles: “Cada dia, vai ser melhor.”

Ela disse: “Um paciente está muito feliz porque agora pode cuidar de suas árvores de fruta. Outro homem da aldeia disse que deitou fora sua bengala e pode ver a capela pela primeira vez”.

Mulheres caminham ao longo da estrada principal através da Missão de Quéssua perto de Malanje.
Ben Jacob, professor assistente da Universidade do Sul da Flórida, procura potenciais áreas de reprodução de mosquitos na aldeia de Terra Nova, parte da Missão Metodista Unida de Quéssua perto de Malanje, Angola. Jacob estava trabalhando para ajudar a combater a malária erradicando os habitats de reprodução dos mosquitos que transmitem a doença. Ele fazia parte de uma equipe de Voluntários em Missão da Conferência da Flórida.

Ben Jacob, professor assistente de pesquisa na Faculdade de Saúde Pública da Universidade do Sul da Flórida, em Tampa, juntou-se à equipe para implementar um programa exclusivo antimalária que ele chama de “Procurar e Destruir” – em homenagem a uma música do Metallica.

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, a malária humana é transmitida apenas por mosquitos fêmeas do gênero Anófeles. As fêmeas adultas põem ovos diretamente na água – 50-200 por vez – e eles chocam em apenas alguns dias. Com sua longa estação chuvosa, Angola é propensa a poças de água estagnada que são ambientes ideais para pôr ovos.

“Quando vês filas de pessoas esperando do lado de fora da clínica médica aqui, eu diria que cerca de 80% deses casos são malária,” disse Jacob.

Paulinho Mussel (à direita) integra uma equipa que trabalha no aterramento de áreas baixas que captam água, o que permite a proliferação de mosquitos, como parte duma campanha de combate à malária na aldeia Terra Nova.
Poças de água parada fornecem habitats de reprodução para os mosquitos que causam a malária.

Jacob disse que tem sido uma prática comum tratar esses habitats com produtos químicos, mas os insectos desenvolvem resistência genética. Seu método visa matar as larvas de mosquitos antes que eles choquem, simplesmente preenchendo as áreas de água parada com terra e nivelando-as para evitar futuras poças.

Cada habitat recebe uma coordenada de GPS e é mapeado no Google Earth. Essas coordenadas são usadas para programar um drone, que voará baixo sobre cada área-alvo e tratará com um inseticida mais seguro.

“Não há contaminação ambiental e nenhum problema de resistência genética, e estás matando milhares de mosquitos,” disse ele. “Depois que eles saem, não há nada que possas fazer a não ser colocar uma rede, e não podes andar com uma rede 24 horas por dia, sete dias por semana.”

Jacob disse que é crucial conseguir a adesão dos moradores, pois eles terão que ser treinados para manter os habitats e como programar as coordenadas do GPS. A principal despesa é fornecer carrinhos de mão e pás para deixar com cada aldeia, para que a iniciativa seja sustentável.

Ele disse que encorajar a participação dos aldeões não foi difícil, pois eles entendiam tanto os encargos econômicos e de saúde por causa da malária.

“Se ganhas apenas US$ 50 por mês, não pode gastar US$ 20 em medicamentos, mais o tempo que levas para viajar para receberes tratamento e a perda de trabalho que isso acarreta,” disse ele.

Crianças e jovens da aldeia de Terra Nova juntam-se no esforço de combate à malária, aterrando áreas baixas que captam água onde os mosquitos podem se reproduzir. A campanha foi liderada por Ben Jacob, um professor assistente da Universidade do Sul da Flórida, que serviu com uma equipe de Voluntários em Missão da Conferência da Flórida, da Igreja Metodista Unida.
Ben Jacob (à frente, usando boné) caminha com os líderes de equipe e voluntários enquanto procuram taparem as áreas baixas que coletam água, que permitem que os mosquitos se reproduzam, Jacob, professor assistente da Universidade do Sul da Flórida, dirigiu o programa para combater a malária na aldeia de Terra Nova.

Jacob foi recrutado para a equipe por Montgomery, que também mora em Tampa.

“Russ viu uma entrevista que fiz na TV, veio bater na minha porta e disse: 'Temos esse problema acontecendo em Angola'. Eu estava fazendo isso em outros países Africanos, então eu disse 'Claro,'” Jacob disse.

Enquanto estava em Quéssua, Jacob disse que ele e sua equipe localizaram e destruíram mais de 500 habitates de vários tamanhos. Em Setembro, ele retornará com um piloto de drone para tratar os habitates com inseticida.

Ele reconheceu que é uma tarefa assustadora combater a malária essencialmente com uma pá.

“É um grande assassino que estou combatendo,” disse ele, “mas David venceu Golias, não foi?”

Aldeões voltando de seus campos agrícolas caminham pela estrada principal através da Missão Metodista Unida de Quéssua em Angola.
Membros do grupo de mulheres que se reúne semanalmente na Igreja Metodista Unida Central de Quéssua oram antes de compartilharem o pequeno almoço trazido por membros de uma equipe de Voluntários em Missão da Conferência da Flórida.
Uma cruz de betão construída pelo missionário Metodista Lloyd Schaad e moradores locais no início dos anos 1950 fica no topo da montanha virada para o vale onde a Missão de Quéssua está localizada perto de Malanje, Angola.
David Salles ajuda a guiar Greg Harford por um riacho na Missão de Quéssua em Angola. Atrás deles está o marido de Greg, Larry Harford. O casal fazia parte de uma Equipe de Voluntários em Missão da Conferência da Flórida.
Membros de uma equipe de voluntários da Conferência da Flórida se reúnem com guias locais da Missão Metodista Unida Quéssua ao pé da cruz que olha para o vale onde a missão está localizada perto de Malanje, Angola.
Estudantes de Quéssua observam o vale que abriga a missão da Metodista Unida.
A machamba da Missão Metodista Unida Quéssua está localizada num vale fértil perto de Malanje, Angola. É o lar de várias aldeias e inclui um hospital, internatos de seminários e igrejas, além da machamba.
Jen Martin demonstra como desarmar um agressor masculino, interpretado por seu marido, Vic, com uma joelhada na virilha durante uma aula de autodefesa para mulheres que vivem em aldeias rurais na Missão Quéssua em Angola. Muitas mulheres já foram molestadas enquanto caminhavam para buscar água e lenha ou trabalhar nos campos. O Rev. Baltazar Diogo (à direita, frente) traduzia as suas instruções para a língua local, Kimbundu.

Enquanto Jacob ensinava os aldeões a combater a malária, Jennifer e Victor Martin ensinavam às mulheres da aldeia um conjunto diferente de habilidades de luta.

Agressões sexuais e estupros são predominantes na área, sendo as mulheres que trabalham nos campos ou caminham sozinhas à noite especialmente vulneráveis. Algumas até foram mortas. Os Martins, ambos com formação militar, deram aulas de autodefesa para oferecer às mulheres habilidades para lutar contra possíveis atacantes.

“Muitos ataques vêm de trás enquanto elas estão trabalhando no campo, então elas precisam saber o que fazer e se virar para que possam fazer algumas dessas coisas,” disse Jennifer Martin.

Várias centenas de mulheres participaram da série de treinamentos. Uma participante, Terese Canda Vungi, disse: “O que aprendemos será de grande ajuda para todas as mulheres das aldeias”.

Paulina Maria Anton, que participou do treinamento na vila vizinha de Manga, disse: “Estou feliz pelo treinamento e entendo que não vou lutar, mas vou me defender. Agora conheço as técnicas de defesa e vou praticá-las em casa.”

Martin disse que um grupo ficou tão agradecido pela aula que deu aos instrutores um par de galinhas de presente.

Alunos numa aula de autodefesa para mulheres (esquerda e direita) se preparam para praticar o que aprenderam sobre como usar a ponta de um único dedo na garganta para impedir um agressor. Ajudando a ministrar a aula é o Dr. Serguey Espinosa (segundo da direita), um missionário Cubano apoiado pela Conferência da Flórida. O Rev. Baltazar Diogo traduzia as instruções de Espinosa para o Kimbundo, a língua tribal local. A aula foi realizada na capela Metodista Unida de Nazaré, na Vila Manga, parte da Missão Quéssua.
Os alunos de uma aula de autodefesa reagem ao aprender técnicas simples que podem ajudar a desativar um atacante. O treinamento, realizado na capela Metodista Unida de Nazaré em Quéssua, Angola, foi ministrado por uma equipe de voluntários da Conferência da Flórida.
Uma mulher lê do capítulo 6º de Efésios na sua Bíblia gasta durante uma aula de autodefesa para mulheres que vivem em aldeias rurais na Missão Quéssua em Angola. A passagem diz, em parte: “Finalmente, seja forte no Senhor e na força do seu poder. Vista toda a armadura de Deus para que possas resistir às ciladas do diabo." O treinamento baseado na Bíblia foi fornecido pela Conferência da Florida da Igreja Metodista Unida.
Terese Canda Vungi (frente) junta-se em dar as boas-vindas aos membros de uma equipe de Voluntários em Missão da Conferência da Flórida na capela Metodista Unida de Josué na vila de Kula Moxito na Missão de Quéssua. A equipe veio para oferecer treinamento de autodefesa para as mulheres da aldeia.
À esquerda: Vic Martin (à direita) demonstra atacar sua esposa, Jenny Martin, durante uma aula de autodefesa para mulheres na capela Metodista Unida de Nazaré, parte da Missão Quéssua perto de Malanje, Angola. O Rev. Baltazar Diogo providencia a tradução para a língua local, Kimbundu. Os Martins faziam parte de uma Equipe de Voluntários em Missão da Conferência da Flórida. Direita: Jenny Martin demonstra como desactivar um atacante vindo por trás
Jen Martin demonstra como incapacitar um agressor masculino, interpretado por seu marido, Vic, durante uma aula de autodefesa para mulheres que vivem em aldeias rurais na Missão de Quéssua em Angola. O Rev. Baltazar Diogo (esquerda) traduzia as suas instruções para o Kimbundu.
Terese Canda Vungi (frente) e Icel Rodriguez assistem atentamente a uma aula de autodefesa para mulheres dada por voluntárias da Conferência da Flórida na capela da Igreja Metodista Unida de Josué na Missão Quéssua. Vungi lidera as reuniões de classe wesleyanas realizadas na capela e Rodriguez é diretor de missões globais da Conferência da Flórida, que regularmente envia equipes de voluntários para a missão. A Conferencia de Florida e o Fundo Memorial de Bolsas para Angola construíram capelas em cinco aldeias rurais perto de Quéssua.
As mulheres duma aula de autodefesa na Missão de Quéssua em Angola romperam em gargalhada depois de ouvirem uma tradução mais precisa de como incapacitar um agressor do sexo masculino acertando-lhe em suas partes íntimas. Um pastor Metodista Unido local que estava ajudando a fazer a tradução para o idioma local estava relutante em descrever a manobra com detalhes. Icel Rodriguez (centro, frente) ajudou a explicar melhor. Rodriguez é diretor de missões globais da Conferencia de Florida, que regularmente envia equipes de voluntários para a missão.
Apesar de terem gostado de alguns momentos de humor, as mulheres numa aula de defesa pessoal na Missão de Quéssua levaram o assunto a sério. Muitas mulheres e meninas foram agredidas sexualmente durante a guerra civil de 27 anos em Angola, e tais ataques continuam sendo um problema nas aldeias.
Antonio Francisco enche saco com o milho seco na machamba da Missão Metodista Unida de Quéssua.
Trabalhadores enchem um saco com milho seco na machamba da Missão Metodista Unida de Quéssua. Da esquerda estão: Antonio Francisco, Miguel Zuá e João Dange.
Francisco Julio Alfredo alimenta galinhas na machamba da Missão de Quéssua.

A malnutrição é outro problema nesta parte de Angola, para pessoas de todas as idades. Uma ideia que a Conferência da Flórida teve foi criar barras nutricionais ricas em proteínas contendo manteiga de amendoim e uma mistura de vitaminas.

“Quando estás tão malnutrido, a comida regular não é suficiente,” disse Michele Johnston, membro da equipe de Jacksonville.

A estação missionária tem uma machamba de 20 hectares (cerca de 50 acres) em seu terreno e administra um programa agrícola supervisionado por Kutela Katembo, uma missionária do Ministério Global e agricultora apoiada pelas conferências de Florida e Mountain Sky. A machamba cultiva amendoim e forneceu mais de 100 sacos para o projeto.

David Salles alimenta tilápia num dos viveiros da machamba da Missão de Quéssua. À esquerda está o trabalhador da machamba o André Candido.
Trabalhadores da machamba da Missão de Quéssua oferecem um passeio pelos viveiros de tilápia para Michele Johnston (terceira da direita). Johnston era membro de uma equipe de Voluntários Metodistas Unidos em Missão da Conferência da Flórida servindo na missão.

Nota: clique em qualquer uma das fotos menores para ver uma versão maior.

Esquerda: Um porco espreita por cima de seu curral na machamba da Missão de Quéssua. Direita: Coelhos amontoados na sua cerca na machamba da Missão de Quéssua.

Atrás de uma das casas da missão foi criado um espaço para guardar todo o equipamento necessário para a produção. O marido de Johnston, David, conectou o espaço com electricidade adequada para a maquinaria. O amendoim será descascado, torrado, moído, misturado aos demais ingredientes e ensacado para distribuição. O projeto pretende ser sustentável para que outros possam manter a produção quando as equipes da missão não estiverem presentes.

Infelizmente, o projeto encontrou um obstáculo: o moinho que compraram não funcionou correctamente, o que fez com que a Johnston não pudesse ver tudo decolar antes que ela voltasse para os Estados Unidos.

"Meu lema é: 'Se não funciona, continue tentando,'" disse ela. “Não vou conseguir ver o fruto, mas ajudei a plantar a semente. Outra equipe virá atrás de nós e será capaz de continuar”.

Essa equipe chegou para continuar o trabalho alguns dias depois que Johnston deixou Quéssua, incluindo Greg Harford e seu marido, Larry. Resolvidos os problemas com o moinho, eles conseguiram embalar 500 sacos de barras nutritivas e distribuí-los a idosos da comunidade

“Na outra noite, visitei um homem no hospital que havia feito cirurgia. Orei por ele e quando agarrei seu braço, poderia ter a largura de dois dedos meus,´´ disse Greg Harford. “Se este projecto pode ajudar de alguma forma, então vale a pena estar aqui. Estou honrado em fazê-lo.”

Esquerda: Michele Johnston discute planos de moer amendoim cultivado na machamba da Missão de Quéssua para complementar a alimentação de pessoas malnutridas. Direita: Amendoim cultivado na machamba da Missão de Quéssua enche um armazém. Eles serão usados para ajudar a alimentar pessoas malnutridas.
O voluntário da missão David Schaad caminha pela machamba da Missão de Quésssua para verificar a fonte de água para a missão.
O voluntário da missão David Schaad caminha pela machamba da Missão de Quésssua para verificar a fonte de água para a missão.
A água flui de um tubo de transbordo na nascente que serve de fonte de água para a Missão de Quéssua.
David Schaad é um voluntário de longa data na Missão Metodista Unida de Quéssua.
Os rapazes caminham para o culto na Igreja Metodista Unida Central de Quéssua.
Sandi Goodman (à direita) visita os residentes da aldeia de Mufongo, parte da Missão Metodista Unida de Quéssua em Angola. Goodman era parte duma equipe de Voluntários em Missão da Conferência da Flórida e é ex-presidente da Parceria Angola Leste/Florida
Um motociclista percorre a estrada principal da Missão de Quéssua.
Adriano António Paulino (em pé) junta-se a oracao antes do almoço na Missão de Quéssua em Angola. Um programa de alimentação semanal serve centenas de crianças de aldeias próximas
As crianças desfrutam de uma refeição como parte de um programa nutricional na Missão Metodista Unida de Quéssua.

Além do projeto de suplemento nutricional, a equipe voluntariou-se como servidora no programa semanal de alimentação infantil da estação missionária. Todos os sábados e domingos, centenas de crianças e adolescentes da vila recebem uma refeição saudável - para muitos, pode ser a única que recebem naquele dia.

“Quessua é cercada por aldeias com pessoas que não conseguem comer três vezes ao dia,” disse Katembo. “Sempre que tivermos algo da machamba, usamos para sustentar as crianças.”

Ivellise Arman, membro da equipe, disse: “Foi uma experiência maravilhosa conhecer todas as crianças. Servir todas as suas refeições e prover para eles tem sido realmente impressionante para mim.”

Ivelisse Arman (à direita) visita crianças que participam de estudo Bíblico e o programa de alimentação na Missão de Quéssua em Angola. A mensagem dentro do coração desenhado na parede diz “Eu amo Deus,” em português. Arman fazia parte duma equipe de Voluntários em Missão da Conferência da Flórida da Igreja Metodista Unida.

Arman foi um dos vários para quem esta foi uma primeira viagem a Angola. Sandi Goodman, no entanto, visitou 13 vezes desde 2010.

“Os jovens adultos com quem trabalhamos hoje eram as crianças que viemos ver no começo,” disse ela. “Passei mais tempo com pessoas em Angola ao longo destes anos do que com pessoas em casa.”

Goodman, cujo pai era um pastor Metodista na Flórida, disse que fez uma promessa aos 12 anos de se tornar uma missionária em África. Seus três filhos estão envolvidos em missões, e Goodman disse que agora todos os seus filhos adolescentes querem vir.

“Eu não poderia ter sonhado com isso. Ainda me sinto como aquela garotinha no acampamento da igreja prometendo fazer alguma coisa,” disse ela.

Crianças e mães chegam para estudo Bíblico dominical e almoço na Missão de Quêssua.
Crianças assistem ao vídeo Cristão durante estudo Bíblico na Missão de Quéssua. O programa de divulgação e alimentação faz parte do ministério da crianca lá

Embora poucos deles se conhecessem antes, os membros da equipe ficaram satisfeitos com a forma como eles se uniram e como cada um deles desempenha um papel diferente na missão.

“A boa coisa desta equipe é que somos um consórcio, disse Jacob. “Cada um de nós está fazendo algo diferente para ajudar estas aldeias.”

Victor Martin concorda.

“Tudo vem junto; é um esforço de equipe. Deus nos dá força para nos unirmos e fazermos a missão,” disse ele.

Crianças assistem ao vídeo Cristão durante estudo Bíblico na Missão de Quéssua. O programa de divulgação e alimentação faz parte do ministério das criancas lá.

Martin credita a força da equipe à visão de Icel Rodriguez, diretor de missões globais da Conferencia de Florida. Rodriguez e seu marido, Armando, serviram em 2009-10 como missionários em Quéssua.

“Icel analisa todo o conjunto de habilidades das pessoas e monta o grupo,” disse ele. “Jen e eu temos formação militar, mas não somos especialistas em autodefesa. Icel perguntou se poderíamos fazer isso e nós dissemos que faríamos o que pudéssemos.”

Rodriquez, no entanto, é rápido em dar crédito a outro lugar.

"É tudo Deus - tudo isso," disse ela. “Cada passo do caminho Deus colocou tudo no lugar.”

Ivelisse Arman (esquerda) e Vic Martin ajudam a servir refeições num programa de alimentação para crianças na Missão de Quéssua. Eles são membros duma equipe de Voluntários em Missão da Conferência da Flórida.
Crianças desfrutam duma refeição como parte dum programa nutricional na Missão Metodista Unida de Quéssua

Serguey Espinosa credita a Deus as circunstâncias improváveis que o trouxeram a Quéssua. Dentista formado em Cuba, sua terra natal, Espinosa disse que orava por uma oportunidade de servir à igreja, “mas em Cuba, quando dizes: 'Quero trabalhar para Deus,' eles pensam que só trabalhas como pregador. ”

Um dia, houve um visitante da Conferência da Flórida na sua igreja: Rodriguez, ela própria Cubana nativa. Ela disse a Espinosa que precisavam de um dentista na missão. Em 2018, ele pôde ir e ficar um mês; no ano seguinte, conseguiu levar a esposa Graciela e ficar dois meses. Em Junho de 2022, eles puderam se mudar para Angola em tempo integral como missionários apoiados pela Conferência da Flórida.

“Acredito que a coisa mais difícil na vida de um Cristão é ficar quieto e esperar a bênção de Deus,” disse ele.

Ele descreve o ministério da missão de Quéssua de forma simples: “Tudo isso é um milagre”.

Vendedores vendem produtos de um mercado à beira de estrada perto de N'dalatando, Angola.
O sol da tarde ilumina os moradores da Missão Metodista Unida de Quéssua enquanto eles carregam alimentos para a estrada principal.

Joey Butler é produtor/editor de multimídia das Noticias da MU e Mike DuBose é fotógrafo freelancer em Nashville, Tennessee. Contate-os atraves de (615) 742-5470 ou newsdesk@umcom.org.

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Mike DuBose